O centro financeiro da China, Xangai, irá alocar cerca de US$ 71,14 milhões (500 milhões de yuans) de seu orçamento municipal para emitir vouchers de consumo para os setores de alimentação, acomodação, cinema e esportes. O “Bolsa Família” chinês começa a valer a partir deste sábado (28).
Segundo o escritório de informações do governo municipal de Xangai, os fundos para os vouchers serão distribuídos com base na participação de consumo e demanda de cada setor: 360 milhões de yuans irão para o setor de alimentação, 90 milhões de yuans para acomodação, 30 milhões de yuans para cinema e 20 milhões de yuans para esportes. A primeira rodada de vouchers estará disponível a partir de 28 de setembro.
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“Embora seja uma parcela muito pequena da renda familiar, isso sinaliza uma mudança no foco do apoio governamental”, afirma Carol Kong, economista e estrategista de moedas do Commonwealth Bank of Australia.
Os vouchers de alimentação e acomodação foram divididos em quatro níveis com base nos níveis de gastos, com ajustes a serem feitos de acordo com os dados de resgate durante a implementação.
Os vouchers de cinema oferecem descontos de 20 yuans ou 30 yuans por ingresso de cinema, enquanto os vouchers esportivos vêm em seis níveis, variando de 5 yuans de desconto em 10 yuans a 80 yuans de desconto em 200 yuans, com vouchers adicionais disponíveis para atividades específicas, como natação, badminton e esportes de inverno.
Os vouchers serão distribuídos em duas fases. A primeira fase ocorrerá do final de setembro ao final de outubro, com vouchers adicionais para refeições e cinema programados para serem lançados durante o feriado do Dia Nacional para impulsionar o consumo. A segunda fase ocorrerá de novembro a dezembro, com foco no aumento da distribuição de vouchers de acomodação e esportes para estimular os gastos fora de temporada.
Impulso econômico da China
O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou cortes de juros em outro conjunto de taxas de política monetária, horas após confirmar reduções anunciadas anteriormente nesta semana.
O BC chinês cortou em 20 pontos-base (pb) taxas de juros de curto prazo, reduzindo os custos de empréstimo de sua linha de crédito permanente overnight, de sete dias e de um mês para 2,35%, 2,50% e 2,85%, respectivamente.
O governo da China acelerou a implementação de medidas de estímulos esta semana para impulsionar a economia em dificuldades, com o principal órgão decisório do país, o Politburo, prometendo em uma reunião de quinta-feira introduzir ainda mais medidas de suporte fiscal e monetário.
Formalização mais cedo
Mais cedo, também nesta sexta-feira, o PBoC formalizou o corte da sua principal taxa básica de juros e a redução do compulsório bancário, cumprindo seu compromisso assumido no início desta semana de fornecer mais apoio à economia em desaceleração.
O presidente do PBoC, Pan Gongsheng, anunciou essas medidas em uma reunião na terça-feira, que deu início a uma série de estímulos nesta semana com o objetivo de fortalecer a economia enfraquecida da China. Elas, contudo, ainda não tinham datas para serem efetivadas, o que ocorreu nesta sexta-feira.
O PBoC reduziu o índice de reservas obrigatórias dos bancos em 0,5 ponto porcentual, com vigência imediata (levando o RRR médio para cerca de 6,6%), antes do início das negociações de ações e títulos. Entretanto, as instituições financeiras que já operam com uma RRR de 5% não se beneficiarão dessa redução, informou o banco central chinês.
Além disso, o PBoC reduziu a taxa de juros dos acordos de recompra reversa de sete dias – sua principal taxa de política monetária – em 20 pontos-base, baixando-a para 1,5%. Essa taxa também é usada para determinar as taxas de empréstimo de referência do país.
O banco central acrescentou que as taxas de juros para operações compromissadas reversas de 14 dias, bem como para operações compromissadas temporárias e reversas, continuarão a ser ajustadas de acordo com as mudanças na taxa de operações compromissadas reversas de sete dias.
(Com Estadão Conteúdo e Xinhua)