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XP pediu à CVM a “dispensa” de dados de fundos questionados pela Grizzly

"É provável que a XP tenha pedido isenção para reduzir a transparência", afirma casa de análise que acusa a XP de operar um esquema de pirâmide

por Gustavo Kahil
XP INC

A XP Inc. (XPXPBR31) tentou, em um pedido feito à CVM, em 2021, a dispensa de certos requisitos de relatórios, como a divulgação de relatórios diários e mensais, dos seus fundos Gladius e Coliseu. Os veículos de investimentos são apontados, pela Grizzly Research em um relatório divulgado nesta quarta-feira (12), como fundamentais em um “esquema de pirâmide” que seria operado pela XP. A empresa brasileira nega todas as acusações (veja a resposta abaixo).

“Esta foi uma solicitação incomum — efetivamente para manter os dados do fundo semiconfidenciais, atualizando somente após os lucros da XP serem públicos. A CVM negou essa solicitação em março de 2021″, disse a Grizzly em seu relatório.

O pedido da XP, conforme consta na decisão contrária da autarquia, explicava que “investidores que acompanhem a evolução diária ou mensal das informações dos Fundos são capazes de calcular de maneira relativamente fidedigna uma parte relevante dos resultados da XP Inc”. Isso atrapalharia, segundo a XP, que tais resultados sejam divulgados ao mercado de forma ampla e irrestrita, na forma exigida pela regulação norte-americana, já que a empresa possui ações listadas na Nasdaq.

A CVM, por outro lado, ressaltou que “a dispensa pleiteada não comprovou a existência concreta de inconsistências entre regimes regulatórios, restando concluir se tratar de mera conveniência da Companhia, que, de maneira legítima e voluntária, optou por submeter-se a mais de um regime jurídico”.

“Concordamos com a CVM que investidores e clientes não sofrem nenhuma desvantagem com as publicações diárias do fundo que fornecem insights sobre o desempenho financeiro da XP. A solicitação da XP não é razoável, e acreditamos que é muito mais provável que a XP tenha pedido isenção para reduzir a transparência em relação à Gladius para observadores críticos”, pontua a Grizzly.

A casa de análise também ressalta que a KPMG, auditora do fundo Gladius até 2021, emitiu apenas uma opinião qualificada para 2018 e 2019, e se absteve de emitir uma opinião para 2016, citando falta de transparência. Por fim, a Grizzly destaca que a própria XP nunca menciona a Gladius ou a Coliseu como importantes e eles apenas mencionam COEs brevemente na teleconferência de resultados do segundo trimestre 2020, “mas permanecem recatados sobre isso”.

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Veja o posicionamento da XP

A XP tomou conhecimento de informações falsas, incorretas e imprecisas divulgadas recentemente pela Grizzly Research e reforça seu comprometimento com a ética, a transparência, a conformidade regulatória, a governança e o cumprimento da lei.

A companhia cumpre com a lei e segue todas as normas estabelecidas por órgãos reguladores, como CVM, SEC, Banco Central, dentre outros, e tem suas operações auditadas regularmente por instituições independentes.

Serão tomadas todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly Research.

A XP reitera seu compromisso com a integridade e a confiança de seus clientes, parceiros e acionistas, e continuará a operar com os mais altos padrões de ética e transparência no mercado financeiro.

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