A XP (XP) reduziu sua projeção de inflação para 2024 em meio à perspectiva de queda adicional nos preços de commodities e valorização da taxa de câmbio, o que levou sua estimativa para o patamar dos juros ao final do ano para 9,00%, mostrou relatório desta quinta-feira.
Agora, os prognósticos da XP embutem alta de 3,7% do IPCA em 2024. Antes, a previsão era de alta de 4,1%, enquanto a projeção para o nível da taxa Selic ao fim do ano estava em 10%.
“Os preços das commodities iniciaram nova tendência de queda no quarto trimestre de 2023… Não prevíamos isso em nosso cenário base, que considerava os preços, em média, estáveis”, disse a XP no relatório, assinado por Caio Megale, economista-chefe da instituição, e equipe.
“Esta é uma boa notícia para os bancos centrais, pois ajuda a reduzir a inflação ao consumidor no curto prazo, mesmo com a atividade e o mercado de trabalho ainda resilientes… Isso abre espaço para o Banco Central prolongar o ciclo de flexibilização monetária, atingindo o nível neutro mais cedo.”
A taxa Selic está atualmente em 11,75%, após quatro cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual a partir de agosto do ano passado.
O cenário da XP também passou a considerar uma taxa de câmbio mais favorável, com o dólar calculado a 4,70 reais ao fim de 2024, contra 4,85 reais esperados antes.
Por outro lado, “continuamos preocupados com a tendência expansionista da política fiscal e parafiscal, tanto no Brasil como nos países centrais”, disseram Megale e equipe, argumentando que esse cenário tende a pressionar as expectativas de inflação pelo impacto na demanda agregada e pelo aumento da dívida pública ao longo do tempo.
“Mas reconhecemos que, considerando o novo ‘sopro externo’ favorável e algumas melhorias recentes do lado das receitas primárias, os efeitos negativos do eventual desequilíbrio fiscal deverão demorar mais para aparecer, provavelmente a partir da segunda metade do mandato” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, completaram os especialistas.
Sobre o cenário externo, a XP disse no relatório que antecipou sua projeção para o início do ciclo de corte de juros nos EUA, do terceiro para o segundo trimestre deste ano, vendo o dólar um pouco mais fraco globalmente no ano.
A XP manteve projeção de alta de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024.