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XP se tornou a “Bolsa de renda fixa” do Brasil

Com um mercado de dívida corporativa muito ativo, a XP deverá obter ganhos relevantes no segundo semestre, explica o BTG

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Sala de ações da XP Investimentos

O BTG Pactual divulgou nesta quarta-feira (24) um relatório reforçando sua recomendação de compra para as ações da XP (XP; XPBR31), citando um potencial de valorização de 28% resultado do preço-alvo de R$ 127 para as BDRs. Os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Bruno Lima e Thiago Paura destacaram que, apesar dos desafios macroeconômicos, a XP tem mostrado sinais de amadurecimento e melhorias operacionais que podem gerar resultados positivos no médio e longo prazo.

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Os analistas acreditam, principalmente, que a XP está bem posicionada para aproveitar oportunidades de crescimento, especialmente no segmento de renda fixa. Eles pontuam que ela se tornou essencialmente “a bolsa de renda fixa no Brasil”, o que lhe confere uma vantagem competitiva significativa. “Com um mercado de DCM (Debt Capital Markets) muito ativo no primeiro semestre, a XP deverá obter ganhos relevantes no segundo semestre”, preveem.

A integração da corretora à estrutura do banco já está dando resultado, explica o BTG.

“Com um mercado de DCM muito ativo no primeiro semestre, acreditamos que a XP acumulou um grande volume de debêntures em seu balanço. Contudo, à medida que esses títulos são colocados no mercado (dado o grande fechamento dos spreads corporativos devido à forte demanda por fundos de renda fixa), a XP deverá obter ganhos relevantes agora no segundo semestre”, explicam os analistas.

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Além disso, a XP tem mostrado resiliência em termos de captação líquida (NNM), com expectativas de que o recurso captado no terceiro trimestre de 2024 fique mais próximo dos R$ 30 bilhões, superando os resultados dos trimestres anteriores. “Entendemos que o segmento B2B também melhorou, pois fomos informados de que as renegociações de contratos com AAIs provavelmente dificultariam o foco desses agentes em outros concorrentes”, afirmam os analistas.

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XP mais madura

O relatório aponta que a XP tem passado por um processo de amadurecimento, aprendendo com erros do passado e ajustando sua estratégia para otimizar a alocação de capital. “A XP mudou muito ao longo do tempo, de uma corretora de ações para uma instituição financeira completa”, afirmam os analistas. Essa transformação tem exigido novas competências da empresa, especialmente em áreas como gestão de ativos e passivos e alocação de capital, temas que antes eram considerados “tabus” pela própria XP.

Os analistas ressaltam que a empresa tem conseguido superar esses desafios, melhorando seus controles internos e aumentando a visibilidade sobre os resultados. “A XP está divulgando um índice de Basileia gerencial, mas vemos espaço para fornecer mais detalhes, o que poderia ajudar a melhorar a percepção de risco”, destacam. Essas mudanças refletem uma evolução positiva na governança, que agora se compara mais a um banco tradicional em termos de práticas operacionais, embora ainda opere com uma estrutura de ativos mais leve.

Potencial de dividendos

Outro ponto destacado pelo BTG é a melhoria na eficiência do uso de capital pela XP, o que pode resultar em um aumento do pagamento de dividendos e na melhoria do retorno sobre o patrimônio (ROE).

“A XP está saindo de clientes de atacado de menor retorno e reduzindo a exposição a cartões de crédito de clientes da Rico, que têm um custo de risco muito maior”, explicam os analistas. Essa estratégia deve liberar capital e permitir que a XP aumente seu índice de payout, potencialmente atingindo 50% nos próximos anos.

Além disso, o relatório menciona que a XP tem buscado focar em segmentos de menor risco e maior rentabilidade, o que pode contribuir para um crescimento sustentável dos resultados financeiros. “Afastar-se de transações com retorno abaixo do custo de capital poderia ajudar a XP a liberar capital e aumentar os dividendos/ROEs”, afirmam os analistas, sugerindo que a empresa tem um potencial significativo de melhorar seu desempenho financeiro nos próximos trimestres.

Preferência em relação à B3

A recomendação de compra é reforçada pela expectativa de que a XP consiga sustentar seu crescimento, mesmo em um cenário macroeconômico adverso. “Nos preços atuais, a XP negocia a 10x P/L para 2025 com base em nossos números, o que pode representar riscos de surpresas positivas, mesmo em meio a um cenário macroeconômico adverso”, apontam.

Os analistas reconhecem que a XP tem enfrentado dificuldades, com as ações caindo 33% no acumulado do ano. No entanto, acreditam que a empresa tem potencial para se recuperar, especialmente se conseguir melhorar seus resultados operacionais e se o ambiente macroeconômico permitir. “Reiteramos nossa recomendação de compra e preferência por XP vs. B3 (B3SA3) como uma tese de maior beta com exposição à melhora dos fundamentos do mercado de capitais”, concluem.

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