A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta terça-feira que o Banco Mundial fez progressos na reforma de suas operações para enfrentar melhor a mudança climática e outros desafios globais, mas ainda precisa de uma “mudança cultural” para mobilizar o capital do setor privado.
Yellen, falando na Universidade Politécnica Mohammed VI em Ben Guerir, no Marrocos, disse que os membros do banco vão endossar esta semana uma nova visão “para acabar com a pobreza em um planeta habitável” e que seu novo presidente, Ajay Banga, está transformando a evolução prevista do banco em ação.
Além de ferramentas analíticas e de diagnóstico aprimoradas, incluindo relatórios sobre clima e desenvolvimento dos países, o banco começou a trabalhar em princípios para usar o financiamento concessional para direcionar o apoio a projetos que abordam desafios globais.
No entanto, são necessários mais esforços para equipar a equipe do Banco Mundial a fim de obter os resultados desejados, disse Yellen.
“Isso exigirá melhorias nos processos internos que aumentem a agilidade e acelerem a tomada de decisões sem sacrificar a qualidade, bem como mudanças culturais para acelerar a mobilização do setor privado e a assunção responsável de riscos.”
Yellen disse que foi feito um processo significativo para aumentar a capacidade financeira dos bancos multilaterais de desenvolvimento e que as reformas que estão sendo consideradas poderão acrescentar pelo menos 200 bilhões de dólares em nova capacidade de empréstimo.
A expectativa é que os membros do Banco Mundial estabeleçam as bases para a emissão de capital híbrido e endossem uma plataforma de garantia de portfólio que ofereça aos acionistas uma nova maneira de contribuir com o trabalho do banco.
Mas o financiamento do governo nunca será suficiente, acrescentou Yellen, pedindo aos bancos multilaterais de desenvolvimento que estabeleçam metas concretas de mobilização de capital privado e incentivos para que os funcionários as cumpram.
Ela disse que a divisão de Financiamento Internacional e a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos do Banco Mundial devem expandir seus instrumentos de empréstimo, garantia e seguro, e encontrar novas maneiras de gerenciar de forma inteligente o risco cambial.
O banco também deve divulgar dados sobre os mercados emergentes globais para que os investidores privados possam entender melhor o risco real e a oportunidade de investir nesses mercados.
Como próxima etapa, Yellen disse que o Tesouro solicitou aos bancos multilaterais de desenvolvimento que priorizassem a incorporação de “uma parcela prudente” de capital exigível o compromisso dos acionistas de intervir em circunstâncias extremas em suas estruturas de adequação de capital.