O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), anunciou nesta quarta-feira (30) que já requereu à Justiça a condução coercitiva dos sócios da 123milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, e de toda a diretoria da empresa para prestarem esclarecimentos no dia 6 de setembro, às 10h.
Ribeiro adiantou que, diante de nova ausência dos convocados, adotará as medidas cabíveis, incluindo um pedido de prisão preventiva dos sócios.
Reconvocados para esta quarta-feira (30), os irmãos Ramiro e Augusto enviaram novamente ofício por meio do advogado alegando que não poderiam comparecer à CPI por ter reunião agendada no mesmo horário no Ministério do Turismo. Eles já haviam faltado na terça-feira (29). A defesa acrescentou que uma nova data poderá ser agendada a partir de 4 de setembro, com o compromisso de comparecimento dos empresários.
Ao anunciar a decisão, Ribeiro lamentou que a reunião com o ministro Celso Sabino tenha sido usada para “fugir” novamente do depoimento à CPI.
Os sócios da 123 Milhas haviam recorrido ao Supremo Tribunal Federal para serem liberados de depor à CPI. Na decisão, a ministra Cármen Lúcia determinou que os empresários devem comparecer ao colegiado, podendo exercer o direito de ficar em silêncio.
Nesta quarta-feira, o colegiado aprovou a convocação de oito testemunhas relacionadas à investigação da 123milhas, entre os quais a sócia da empresa Cristiane Soares Madureira do Nascimento; o gerente de prevenção a fraudes, Roger Duarte Costa; e os sócios de duas empresas relacionadas – Tânia Silva Santos Madureira, da HotMilhas; e Max Gaudereto Oliveira, da MaxMilhas.
Entenda o caso
A 123milhas passou a ser investigada pela comissão após anunciar, no último dia 18, a suspensão de pacotes contratados da linha ‘Promo’, com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.
Depois de ter anunciado um plano de reestruturação envolvendo demissões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira (29).
Ronaldinho Gaúcho
Nesta quinta-feira (31), a CPI vai ouvir o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, apontado como fundador e sócio-proprietário da empresa 18 K Ronaldinho, alvo do colegiado por suspeita de fraude envolvendo investimentos em criptomoedas.