A Marfrig (MRFG3) estaria melhor posicionada se concentrasse os seus esforços na redução de sua dívida do que na compra contínua de ações da BRF (BRFS3), avalia o BTG Pactual.
“Acreditamos que a história de valor da Marfrig seria mais interessante se a empresa usasse seus fluxos de caixa para desalavancar a holding, em vez de investir no crescimento do negócio ou aumentar a participação na BRF”, explicam os analistas Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Bruno Lima.
A companhia de alimentos passou a deter 45% do total da empresa do setor de carnes de aves, suínos e processados, versus 40% informados ao final de setembro, de acordo com comunicado divulgado ao mercado nesta segunda-feira.
O aumento de participação na BRF pela Marfrig, gigante do setor de carne bovina, acentuou-se este ano, após aportes bilionários da companhia conjugados com a saudita Salic, que detém pouco mais de 10% da BRF.
Qual é o objetivo
Segundo os analistas do BTG, a grande dúvida dos investidores é qual seria o objetivo final desde que a Marfrig começou a comprar ações da BRF, há dois anos e meio.
“Acreditamos haver basicamente duas coisas que devem ser consideradas aqui: o desejo de longa data da Marfrig de possuir e controlar os ativos e negócios que compra, e a capacidade da Marfrig de manter a alavancagem sob controle ao fazê-lo”, apontam.
No cenário base do banco, a Marfrig estaria usando toda a liquidez extra que consegue apenas para comprar mais ações da BRF no mercado.
“Até certo ponto, se a Marfrig continuar a aumentar sua participação na BRF, poderá chegar a um ponto onde a fusão (incluindo quaisquer benefícios potenciais dela decorrente) não será mais necessária”, avaliam.