O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta sexta-feira pelo quarto pregão consecutivo, refletindo ainda preocupações com o movimento dos Treasuries e os próximos passos do Federal Reserve, além dos riscos potenciais do conflito no Oriente Médio.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,74%, a 113.155,28 pontos, perdendo 2,25% na semana. Na máxima do dia, chegou a 114.089,58 pontos. Na mínima, a 112.533,33 pontos.
O volume financeiro somou 24 bilhões de reais, em sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações.
Para o gestor de renda variável César Mikail, da Western Asset, os mercados continuam voláteis e devem permanecer assim até que ocorra uma estabilização no movimento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA
“E isso acaba nos impactando”, afirmou, acrescentando que o mercado brasileiro acaba tendo uma volatilidade parecida com a dos pregões no exterior.
Ele ressaltou que a guerra entre Israel e o Hamas é também um componente importante no cenário, adicionando volatilidade em razão do risco de escalada do conflito e eventual entrada de outros países.
Em Nova York, o S&P 500 encerrou em queda de 1,26%, mas o rendimento do Treasury de 10 anos reduziu o fôlego e terminava o dia a 4,9073%, de 4,988% na véspera e após marcar 4,995% na máxima do dia.
A queda dos yields refletiu busca por segurança em meio a temores de escalada da guerra no Oriente Médio, após o retorno do papel de 10 anos renovar máximas em anos por receios de que os juros permanecerão mais altos nos EUA por mais tempo.
Destaques
Vale (VALE3) caiu 2,70%, a 62,68 reais, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro na China, reflexo de preocupações com o mercado imobiliário e a produção de aço mais fraca do que o esperado.
O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian recuou 3,2%, a 839 iuanes (114,64 dólares) por tonelada métrica no fechamento das negociações diurnas.
Petrobras (PETR4) fechou em baixa de 1,28%, a 37,85 reais, após renovar máxima histórica intradia mais cedo, a 38,86 reais.
Na véspera, a companhia anunciou alta do preço do diesel em 6,6% nas refinarias, enquanto reduziu o da gasolina em 4%.
No exterior, os preços do petróleo avançaram mais cedo, mas Brent terminou o dia em queda de 0,24%.
B3 (B3SA3) encerrou em alta de 1,36%, a 11,15 reais, experimentando uma trégua nas vendas após recuar em cinco dos últimos seis pregões, acumulando no período baixa de quase 9%.
Natura (NTCO3) valorizou-se 2,96%, a 12,87 reais, em meio a ajustes, após seis pregões consecutivos de baixa, período em que contabilizou uma perda de quase 17%. A correção encontrou apoio no alívio na curva futura de juros local.
O índice do setor na B3 terminou com acréscimo de 0,26%.
BRF (BRFS3) subiu 3,85%, a 10,79 reais, com analistas do JPMorgan elevando previsão para o Ebitda da companhia em 2024, bem como o preço-alvo dos papéis de 12 para 13 reais, citando melhor visibilidade dos lucros no horizonte, apoiada pela recuperação de margem no mercado doméstico para aves e queda nos custos de ração.
Magazine Luiza (MGLU3) recuou 4,35%, a 1,54 real, renovando mínima em vários anos.
Na contramão Casas Bahia (BHIA3) subiu 4,00%, a 0,52 real. Em outubro até a quinta-feira, Magalu acumulava uma perda de 24%, enquanto Casas Bahia tinha um declínio de quase 21%.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 0,37%, a 26,96 reais, e Bradesco (BBDC4) recuou 1,87%, a 14,16 reais, também pesando no Ibovespa.