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Onde Investir com o Aumento dos Juros?

por André Massaro
3 min leitura
Onde Investir com o Aumento dos Juros - Dinheirama

Muitas pessoas têm dúvida sobre onde investir seu dinheiro para maximizar rendimentos. Entretanto, essa é uma questão que depende de contextualização.

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Por isso, para começar este artigo, é preciso dar um pouco de contexto. Antes de mais nada, ele está sendo escrito alguns dias após o Banco Central elevar a taxa Selic de 2,00% para 2,75% ao ano.

Essa é a primeira alta da Selic em seis anos e trata-se de um evento significativo. Afinal, pela primeira vez, em tempos recentes, tivemos “taxa de juros de primeiro mundo”.

Ainda que essa taxa de juros baixa tenha ocorrido por um motivo que não é dos melhores (a pandemia da COVID-19), ela mudou bastante coisa no mundo dos investimentos.

Em outras palavras, por conta da pandemia (e de seus impactos econômicos), o governo resolveu “pisar fundo no acelerador” da redução de juros.

Dessa forma, a Selic foi levada a níveis anormalmente baixos para a realidade brasileira. Como resultado, muita gente abandonou a renda fixa e partiu para a Bolsa.

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Entretanto, parece que, agora, a economia brasileira “espanou”. Em primeiro lugar, a inflação começa a dar sinais de alta.

Além disso, nos últimos meses, um assunto obscuro do mundo das finanças passou a fazer parte de conversas cotidianas: a inclinação da curva de juros.

Mas como isso afeta esses investimentos? Qual o melhor lugar para se investir agora? Vou responder essas perguntas ao longo deste texto. Então, me acompanhe.

Onde Investir com o Aumento dos Juros - Dinheirama
Crédito: Pexels

A inclinação da curva de juros

A tal “curva de juros” é como o mercado se refere à estrutura a termo da taxa de juros dos títulos federais.

Ou seja, é ela que mostra como as taxas de juros dos títulos públicos (que são a referência de risco do mercado), de diferentes vencimentos, se comportam ao longo do tempo.

O que vimos, durante todo esse período de “Selic a 2%”, foi uma grande inclinação. 

Tivemos taxas altas nos prazos mais longos, o que refletia a desconfiança do mercado com essa situação. E, consequentemente, a percepção sobre onde investir para ter maior rentabilidade.

Tesouro Selic negativo

A desconfiança do mercado com os juros baixos chegou a tal ponto que presenciamos uma situação bizarra. O Tesouro Selic (LFT) dando retornos NEGATIVOS!

Isso por causa do tal “spread”. Aquele número que aparece ao lado da taxa no Tesouro Direto, e que ninguém dava bola, sabe? 

Os agentes econômicos estavam se recusando a comprar novos títulos (para financiar o governo) se não houvesse um “algo a mais” para compensar o risco.

Entrando no “limbo dos investimentos”

Neste exato momento, o investidor está em uma situação estranha. Sem saber onde investir e com aquela sensação de não ter “para onde correr”.

Em circunstâncias normais, quando os juros caem, investimentos como ações e títulos prefixados tendem a ficar atrativos. 

E, de forma inversa, quando juros sobem, a atratividade vai para os títulos pós-fixados indexados a taxas de juros. Como a própria Selic e o DI (Depósito Interfinanceiro).

Porém, estamos em um momento que é um “limbo dos investimentos”. O aumento da Selic não foi grande o suficiente para dar REAL atratividade à renda fixa pós-fixada. E pode ser,

inclusive, que isso não aconteça.

Mas, por outro lado, esse aumento (pelo seu significado) causou uma verdadeira onda de choque nos títulos prefixados.

Isso porque eles sofrem com o aumento de juros, afetados pelo efeito da duration. Ou seja, por conta da sensibilidade dos títulos às oscilações dos juros do mercado.

Onde Investir com o Aumento dos Juros - Dinheirama
Crédito: Pexels

Quando há uma alteração na taxa de juros, as pessoas perguntam “onde investir agora”?

Em geral, existem respostas óbvias para esta pergunta. Bolsa e prefixados quando os juros caem; pós-fixados e dólar quando os juros sobem. 

Porém, a bolsa já está em níveis bastante altos, considerando os impactos da pandemia na economia real. E os pós-fixados, provavelmente, não vão dar aquela “alegria” que um dia já deram.

Onde investir com o aumento dos juros?

Ao menos por algum tempo, podemos ficar sem muita clareza sobre onde investir. E sem ter informações para traçar algum movimento tático.

Ir para a renda fixa prefixada, com expectativa de mais aumentos de juros, é loucura. 

Já direcionar os investimentos para a bolsa pode ser uma aposta ousada (e de risco exageradamente alto para alguns).

Apostar nos pós-fixados, que seria o caminho natural em outras circunstâncias, não vai ajudar muito. 

Afinal, se a Selic subir de 2% até algo no intervalo de 4 a 6% (que é o que os especialistas esperam), os retornos podem até melhorar, mas não de forma significativa. 

Considerando os atuais níveis de inflação, a situação piora ainda mais.

Por isso, para aqueles que estão indecisos e inseguros, a renda fixa pós-fixada segue sendo (como sempre foi) uma espécie de “porto seguro”.

Se esse é o seu caso, a melhor opção é colocar o dinheiro nela e esperar um cenário mais claro. 

Mas, tenha claro que não se deve alimentar qualquer expectativa de obter grandes ganhos (ou mesmo ALGUM ganho).

Os juros estão subindo, mas não há qualquer indicativo de que a renda fixa brasileira vá voltar a ter a “generosidade” que um dia já teve.

O cenário antigo, em que ela apresentava altos retornos (cortesia dos juros altíssimos) e baixos riscos, não cabe mais na realidade de hoje.

Onde Investir com o Aumento dos Juros - Dinheirama
Crédito: Pexels

Conclusão

Escolher onde investir o seu dinheiro não é uma tarefa simples. Ela depende do seu perfil de investidor e também do cenário econômico atual.

Por isso, a melhor coisa a se fazer é se manter atualizado. E aprender o impacto das notícias de macroeconomia nos investimentos.

Aqui no Dinheirama, estamos sempre trazendo informações e análises para te ajudar nessa tarefa.

Então, separe sempre algum tempo da sua semana para se dedicar à leitura e aos estudos sobre mercado financeiro.

Depois, é só investir o seu dinheiro com consciência e segurança. E lembre-se: independentemente do cenário, a diversificação de carteira é sempre a melhor forma de se proteger. Boa sorte!

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