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Wall Street “conspirou” para reduzir emissões, diz relatório

O relatório também criticou os três maiores gestores de ativos do mundo, BlackRock, Vanguard e State Street, como membros do "cartel do clima"

por Reuters
3 min leitura
Wall Street, bolsas de Nova York

Um comitê do Congresso dos Estados Unidos acusará nesta terça-feira as maiores empresas de Wall Street de conluio para forçarem companhias a reduzirem suas emissões de gases causadores de efeito estufa, segundo um relatório visto pela Reuters antes de sua publicação.

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O relatório é o primeiro desse tipo produzido pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA, liderado pelos republicanos, desde que lançou uma investigação no final de 2022 sobre se os esforços corporativos para combater as mudanças climáticas violam leis antitruste.

Diversos Estados dos EUA controlados por republicanos já estão atacando as empresas de Wall Street por participarem de coalizões climáticas e comercializarem produtos de investimento com foco em governança ambiental, social e corporativa (ESG), temendo que essas iniciativas prejudiquem os empregos no setor de combustíveis fósseis.

Isso ocorre apesar do mundo não ter cumprido o acordo intergovernamental firmado em Paris em 2015 para manter o aquecimento global em 1,5 grau Celsius, de modo a evitar os efeitos mais catastróficos da mudança climática.

No relatório do Comitê Judiciário, a equipe do comitê acusa o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, de não ter “investigado de forma significativa o conluio do cartel climático, muito menos de ter tomado medidas contra suas aparentes violações de longa data da lei antitruste dos EUA”.

“O objetivo de qualquer investigação é informar as reformas legislativas”, disse um porta-voz do presidente do Comitê Judiciário, Jim Jordan. O porta-voz se recusou a comentar sobre quaisquer interações com os órgãos de defesa da concorrência dos EUA em relação ao relatório.

O documento afirma que as conclusões são provisórias e que a investigação continua.

O comitê emitiu intimações para produção de documentos e entrevistou ex-reguladores durante a investigação. O relatório a ser publicado nesta terça-feira concentra-se na Climate Action 100+, um grupo de mais de 700 investidores focado em fazer com que as empresas reduzam emissões de gases estufa, e atribuiu à sua investigação o fato de vários gestores de ativos terem encerrado sua participação este ano por medo de uma repressão antitruste.

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O relatório diz que a Climate Action 100+ “intimida os gestores de ativos a se associarem” e os pressiona a usarem seus votos de acionistas em apoio a propostas climáticas, buscando reduzir a extração de combustíveis fósseis e aumentar os preços da energia para os consumidores dos EUA.

A Climate Action 100+ não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Nenhuma ação antitruste foi movida contra qualquer coalizão climática de empresas.

O relatório também aponta para os cofundadores da Climate Action 100+, o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (CalPERS) e o grupo de investidores com foco no clima Ceres, por seu apoio fundamental à Climate Action 100+. Ele diz que o investidor ativista Arjuna Capital, um membro, “busca destruir as empresas de combustíveis fósseis”.

CalPERS, Arjuna e Ceres não comentaram o assunto.

O relatório citou planos de trabalho, atas de reuniões e outros documentos obtidos, inclusive um email entre os diretores da Ceres comparando seu trabalho e o da Climate Action 100+ com “a Marinha global” e “as tropas terrestres do Exército”.

Outro email interno fez referência a um plano da Climate Action 100+ para substituir membros da diretoria da petrolífera Exxon Mobil e dizia que esse esforço “mostraria que (a Climate Action 100+) tem força”. A Exxon não se manifestou.

O relatório também criticou os três maiores gestores de ativos do mundo, BlackRock, Vanguard e State Street, como membros do “cartel do clima”. As três empresas não se pronunciaram.

O comitê convocou testemunhas, incluindo a presidente da Ceres, Mindy Lubber, para comparecer a uma audiência pública em 12 de junho.

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