O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta segunda-feira, em desempenho sustentado principalmente pelas ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) na esteira do avanço do minério de ferro e do petróleo no exterior, enquanto SLC Agrícola (SLCE3) saltou mais de 7% após análise mostrar valorização de suas terras entre 2023 e 2024.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65%, a 124.718,07 pontos, tendo marcado 123.735,19 pontos na mínima e 125.219,91 pontos na máxima do primeiro pregão de julho. O volume financeiro somou 20,51 bilhões de reais.
Estrategistas da XP chefiados por Fernando Ferreira reiteraram a previsão de valor justo do Ibovespa em 145 mil pontos para o final de 2024 em relatório a clientes, destacando que as probabilidades de corte de juros nos EUA aumentaram recentemente, o que seria um catalisador para a bolsa paulista.
A alta do Ibovespa no primeiro pregão de julho ocorreu mesmo em meio ao aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com o yield do Treasury de 10 anos marcando 4,4712%, de 4,343% na última sessão, o que reverberou na curva futura de juros no Brasil, afetando algumas ações sensíveis à economia doméstica.
Incertezas persistentes sobre a política fiscal e em relação a quem substituirá Roberto Campos Neto à frente do Banco Central também continuam pesando nas taxas dos DI, enquanto a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou nova deterioração nas expectativas de inflação.
Analistas do BB Investimentos reduziram o preço-alvo para o Ibovespa ao final de 2024, de 141 mil para 138 mil pontos, mas ressaltaram que não houve deterioração nos fundamentos das companhias. “Do ponto de vista micro, a bolsa ‘deveria’ refletir positivamente movimentos de expansão nas expectativas de lucro.”
No mês passado, o Ibovespa acumulou uma alta de 1,48%, mas no primeiro semestre ainda contabilizou uma perda de 7,66%.
Destaques
Vale (VALE3) avançou 1,48%, conforme os futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, ajudados por dados de atividade fabril melhores do que o esperado na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 2,5%.
Petrobras (PETR4) valorizou-se 1,52%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 1,88%.
SLC Agrícola (SLCE3) saltou 7,22%, após a companhia, uma das maiores produtoras agrícolas do Brasil, divulgar que suas terras foram avaliadas neste ano em 11,59 bilhões de reais, ante avaliação de 10,93 bilhões de reais em 2023. O grupo também disse que a produtividade da soja cultivada ficou 17% abaixo do orçado na temporada 2023/24.
Equatorial (EQTL3) avançou 4,37%, ainda sob efeito de ter sido única finalista no processo de disputa por um investidor estratégico na privatização da Sabesp, com uma oferta de 6,9 bilhões de reais por 15% da companhia paulista de saneamento.
O BTG Pactual também incluiu os papéis em sua carteira recomendada para julho. Sabesp (SBSP3) subiu 4,24%.
Assaí (ASAI3) caiu 3,29%, renovando mínimas históricas. Em uma estimativa preliminar para o resultado do segundo trimestre, o BTG calcula expansão de 3% nas vendas mesmas lojas do Assaí ano a ano, enquanto no Carrefour Brasil a divisão de varejo deve mostrar queda de 1,5%, mas o Atacadão alta de 5%.
Carrefour Brasil (CRFB3) subiu 0,11%.
Banco do Brasil (BBAS3) recuou 1,31%, pior desempenho entre os bancos do Ibovespa, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 0,48%, Bradesco (BBDC4) perdendo 0,89% e Santander Brasil (SANB11) fechando em baixa de 0,36%.