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Senadores reagem a uso da Abin no governo Bolsonaro: ‘tĂ­pico de ditaduras’

Realizada em 2021, a CPI investigou omissÔes e irregularidades nas açÔes do governo do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19

por AgĂȘncia Senado
3 min leitura
Congresso, Primeira-Dama, polĂ­tica

O suposto esquema de espionagem ilegal na AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin) no governo Jair Bolsonaro atingiu membros da CPI da Pandemia.

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De acordo com a PolĂ­cia Federal (PF), alguns servidores da Abin teriam promovido desinformação contra os trĂȘs senadores que fizeram parte da cĂșpula da comissĂŁo: o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM); o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (S/Partido-AP); e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

Os parlamentares repudiaram o uso ilegal da Abin e classificaram o monitoramento como “tĂ­pico de governos ditatoriais”.  

Para  Randolfe, as informaçÔes divulgadas nesta quinta-feira (11) indicam que a gestĂŁo anterior montou “um aparato repressivo com a intenção de romper o Estado democrĂĄtico de direito”. 

O fato de dirigentes da CPI da Covid terem sido monitorados traz à cena um caråter trågico. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior, ao invés de se preocupar em comprar vacina, se preocupava em perseguir e monitorar os adversårios políticos disse. 

Realizada em 2021, a CPI investigou omissÔes e irregularidades nas açÔes do governo do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19.

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A comissão propÎs o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, além de outras 65 pessoas. Também foram monitorados o senador Alessandro Vieira (MSB-SE), que integrou a CPI; o presidente da Cùmara dos Deputados, Arthur Lira; além de ministros do Supremo Tribunal Federal, servidores e jornalistas.

(Imagem: Facebook/Jair Messias Bolsonaro)
Jair Bolsonaro (Imagem: Facebook/Jair Messias Bolsonaro)

Para Randolfe, o uso da Abin apontado pela PF se assemelha ao de regimes fascistas.

Ele defendeu a continuidade das investigaçÔes e afirmou que todos tĂȘm o direito ao contraditĂłrio e Ă  ampla defesa, mas disse esperar que os casos comprovados sejam punidos com rigor.

A democracia esteve não apenas sob ameaça, mas o aparelho do estado foi utilizado para monitorar cidadãos e intimidar cidadãos. Estamos diante do que considero o mais grave crime contra as instituiçÔes democråticas brasileiras apontou o senador.

Por meio de sua conta em uma rede social, Renan Calheiros repudiou a perseguição de opositores do entĂŁo governo com uma  “Abin paralela”:

“Como democrata, lamento e repudio que estruturas do Estado tenham sido criminosamente capturadas para atuar como polĂ­cias polĂ­ticas, com mĂ©todos da Gestapo, um pantĂąno repugnante e sem fim. Sigo confiante nas instituiçÔes, na apuração, denĂșncia e julgamento dos culpados”, escreveu.

TambĂ©m por uma rede social, Alessandro Vieira classificou a espionagem como tĂ­pica de governos ditatoriais. 

“A operação de hoje da PF mostra que fui vĂ­tima de espionagem criminosa e ataques on-line praticados por bandidos alojados no poder no governo passado. Isso Ă© tĂ­pico de governos ditatoriais. O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos”, afirmou.

Sigilo

As informaçÔes vieram Ă  luz depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta quinta-feira (11) o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha que investiga desde 2023 o possĂ­vel uso ilegal de sistemas da Abin para espionar autoridades e desafetos polĂ­ticos no governo Bolsonaro.

Os dados divulgados também envolveram o senador Flåvio Bolsonaro (PL-RJ). A Abin teria sido usada contra auditores da Receita Federal que investigaram o senador.

Em vĂ­deo divulgado pelas redes sociais, o FlĂĄvio Bolsonaro  criticou a divulgação de informaçÔes que, segundo ele, “nada tĂȘm a ver com a Abin”. Ele diz que foi vĂ­tima de criminosos que acessaram seus dados ilegalmente na Receita. 

Eu interpus um habeas data para saber quem acessou meus dados porque a Receita Federal, no governo do presidente Jair Bolsonaro, me negou acesso.

EntĂŁo, se o presidente interferisse em alguma coisa, eu nĂŁo precisaria entrar na Justiça […] O que Ă© que eu ouvi dizer, nĂŁo tenho nem certeza que aconteceu: Ă© que foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar contra esses criminosos da Receita e que uns dez foram punidos. 

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em uma nova fase da operação.

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