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Quem venceu o debate da TV Globo à prefeitura de SP?

Após os primeiros blocos, em que os participantes adotaram um tom ameno, Nunes partiu para o embate direto com Marçal

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Quais candidatos à prefeitura de São Paulo são de direita e de esquerda?

Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), que, conforme as pesquisas, disputam duas vagas num segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, ensaiaram na noite da quinta-feira, 3, um comportamento mais propositivo no debate promovido pela TV Globo – o último antes da votação em primeiro turno, no domingo, 6. No entanto, no decorrer do encontro, os postulantes voltaram a recorrer às provocações e ataques mútuos.

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Pesquisa Datafolha sobre o pleito divulgada na quinta mostra que os três postulantes se mantêm em empate triplo na liderança.

Já o Instituto Veritá divulgou uma nova pesquisa eleitoral sobre as intenções de voto para a prefeitura de São Paulo com Marçal na liderança, com 35,7% dos votos válidos, mostra o levantamento publicado nesta quinta-feira (3). Boulos aparece em segundo lugar, com 27,4%, enquanto o atual prefeito Nunes (MDB) registra 21,4%. A pesquisa revela variações importantes em comparação com os números do levantamento anterior.

Após os primeiros blocos em que os participantes adotaram um tom ameno nos questionamentos e respostas, Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, no embate direto com Marçal, resolveu resgatar o passado do adversário para mostrar o que considera limitações do candidato do PRTB. O prefeito citou uma história sobre uma promessa do candidato do PRTB de construir casas na África.

Marçal e Nunes são de direita e Tabata e Boulos de esquerda?

“Prometeu mais de 300, fez menos de 30”, disse Nunes. Pouco antes, o discurso do influenciador foi de renovação. Listou políticos da cidade para dizer ao eleitor que é hora de mudar tudo isso e tirar do poder o grupo que, segundo ele, está no comando da administração há 12 anos.

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A candidata do PSB, Tabata Amaral, apontou mudanças de discursos de Boulos ao longo dos anos e afirmou que o candidato do PSOL foi moldado pelo marketing político para disputar as eleições. Um dos desafios da campanha do candidato do PSOL neste ano é justamente afastar a imagem de radical e apresentar uma versão tranquila do postulante. Com a abordagem, Tabata deixa claro que não deve ceder à pressão para eventualmente apoiar Boulos e subir em seu palanque em um provável segundo turno.

Para o debate, foram convidados cinco candidatos: além de Nunes, Boulos, Marçal e Tabata, também o apresentador José Luiz Datena (PSDB). Os convites obedecem à norma eleitoral que prevê que, para debates transmitidos por emissoras de rádio e televisão, devem ser obrigatoriamente incluídos os candidatos com representação mínima de cinco parlamentares no Congresso Nacional.

A emissora também acrescentou o critério jornalístico de interesse público para os convites, estendendo-o aos concorrentes que tenham alcançado pelo menos 6% de intenção de voto na última pesquisa Quaest, divulgada no último dia 30 – o que fez com que o candidato do PRTB, que não tem parlamentares nas casas legislativas, também fosse convidado.

Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo
Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo (Imagem: Reprodução/ Globoplay)

Marçal: “Pele de cordeiro”

Boulos questionou Marçal sobre a escolha do secretariado. Antes, fez uma provocação sobre o perfil adotado pelo candidato do PRTB durante o debate. “Eu tô achando muito esquisito o perfil que o Marçal adotou hoje”, disse o candidato do PSOL. “Ele quer posar de bonzinho. Lobo em pele de cordeiro”. “Por que você indicou o time do (João) Doria para governar junto com você?”, questionou Boulos.

“Por acaso é filho do Doria, o Doria pariu ele? As pessoas que eu aceitei no meu governo foram, justamente, as que romperam com o Doria”, rebateu Pablo Marçal.

Boulos, na réplica, questionou a Marçal por que o influenciador “odeia tanto as mulheres”. “É um papinho de ‘esquerdopata maluco’, igual você”, disse Pablo Marçal na tréplica.

Tabata voltou a questionar se eleitores “concordam” com falas de Nunes sobre sua gestão na Prefeitura de São Paulo

Tabata versus Nunes

No penúltimo embate do terceiro bloco, o atual prefeito direcionou sua pergunta para a deputada federal. Nunes mencionou a ampliação de parques e redução de índices de alagamento na cidade de São Paulo. Tabata, novamente, jogou o questionamento para os eleitores.

“Você concorda?”, indagou a candidata ao público sobre as falas do emedebista. “Você realmente acha que a gente está avançando?”, completa, e menciona planos para redução de riscos sobre mudanças climáticas e esboçou preocupação com o período chuvoso da capital paulista por conta de enchentes.

Nunes cita que aumentou a área de cobertura vegetal da cidade durante sua gestão, e que tem “orgulho” de ações realizadas no seu mandato sobre meio ambiente.

“São coisas tão óbvias de entender que não é mais privilégio, não é escolha. Tem que fazer já”, concluiu a deputada sobre medidas para desacelerar o impacto das mudanças climáticas em São Paulo.

Estratégia “kamikaze”

Assim que o debate da Globo pela prefeitura de São Paulo terminou, o candidato Pablo Marçal (PRTB) deu início a uma estratégia “kamikaze” nas redes sociais. Isso acontece porque a veiculação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão termina hoje. Além disso, o impulsionamento de publicações nas redes sociais estará proibido.

Nos últimos dias, Marçal tem focado na gravação de vídeos com seus candidatos à Câmara Municipal e em conteúdos exclusivos para suas redes sociais, que começarão a ser publicados a partir de sexta-feira (4).

“A campanha eleitoral que não gera paixão no eleitor, quando acaba o combustível de rádio, TV e impulsionamento, aí acabou o resto”, disse Marçal em uma entrevista coletiva na terça-feira, 1º, comemorando que a “pancadaria” contra ele vai cessar. “Escreve lá: Marçal está feliz que acabou o programa eleitoral gratuito. De quinta-feira para frente é comigo. Eles não têm mais o que fazer. Eles não dão conta de fazer o que eu faço”, acrescentou ele.

Um aliado afirma que Marçal adotará um tom mais propositivo e destacará a equipe que pretende levar para a administração municipal, caso seja eleito, buscando reduzir sua rejeição e se reposicionar como gestor após as polêmicas que marcaram sua campanha.

(Com Estadão Conteúdo)

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