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10 maiores erros do investidor ao fazer planejamento financeiro (parte 2)

por Fernando Marcondes
3 min leitura
10 maiores erros do investidor ao fazer planejamento financeiro (parte 2)

Olá amigo leitor! Antes de continuarmos com a parte 2 deste texto, é importante que você leia a parte 1 clicando aqui. Agora sim, podemos prosseguir.

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Como vimos, a maior parte dos brasileiros não possui uma cultura de investimento, enquanto uma minoria pensa que está se planejando financeiramente, mas o faz do jeito errado.

É importante pensarmos em estratégias que garantam o nosso poder de compra ao longo do tempo, e foi pensando nisso que desenvolvi o modelo BPC (Blindagem do Poder de Compra), ainda pouco conhecido no Brasil.

Continuemos agora a apresentar os 10 principais erros ao realizar um planejamento financeiro. No texto anterior citamos os erros de 1 a 5. Vamos ao erro 6.

6. Perder o poder de compra sem perceber

É muito comum ouvir: “trabalho mais do que meus pais trabalhavam, ganho mais, mas não consigo manter o mesmo nível de vida que eles tinham a 30, 40 anos atrás. O custo de vida é muito mais caro hoje”.

Isto acontece não porque estamos ganhando menos, mas, sim, porque perdemos o poder de compra de nosso patrimônio (reveja a definição de patrimônio do item 1).

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Vamos a um exemplo. Considere que 40 anos atrás fosse preciso $ 100 moedas para cobrir 100% das suas despesas com bens e serviços, mantendo o padrão de vida daquela ocasião.

Supondo que a remuneração do seu patrimônio investido tenha sido de 10% ao ano (líquido de impostos e taxas), hoje você teria um patrimônio financeiro equivalente a $ 4.525 moedas para cobrir as mesmas despesas.

Como as suas despesas tiveram uma variação de 11% ao ano (1% acima do que remunerou seu patrimônio), para manter o mesmo padrão de vida, hoje seria preciso ter $ 6.500 moedas para comprar os mesmos bens e serviços de 40 anos atrás.

Veja que o mesmo montante remunerado teria o poder de comprar hoje 70% das mesmas despesas de antes.

Isso significa uma perda de 30% do seu poder de compra, forçando você gastar menos, diminuindo o seu padrão de vida, ou ganhar mais para poder mantê-lo.

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Diante do quadro apresentado, e com essa desvalorização do capital podendo representar grandes perdas para o investidor no longo prazo, a atenção de quem investe deve estar no custo de vida pessoal em relação ao retorno do seu investimento.

Não importa o IPCA, CDI, Selic, etc… Importa manter o mesmo poder de compra, manter o mesmo padrão de vida que tem hoje, nas próximas décadas.

Temos que saber o quanto subiu o custo de vida de cada um em comparação ao retorno do seu investimento para ver se o poder de compra real está aumentando ou diminuindo.

Outro motivo que muitas vezes observamos é o fato de se considerar o retorno bruto sobre o patrimônio, que pode até superar a perda do poder de compra, mas ao descontarmos o imposto que é cobrado sobre seu ganho (que impacta diretamente em um retorno menor), na realidade, seu patrimônio pode não ser capaz de comprar as mesmas coisas.

7. Planejar pensando em curto prazo

Normalmente quando fazemos um planejamento, pensamos em não correr riscos e em ter resgates previsíveis e sem oscilações.

O problema é que a previsibilidade e risco baixo podem acabar saindo caro. No curto prazo, podem não remunerar seu patrimônio o suficiente para garantir que esses recursos continuem, em longo prazo, comprando as mesmas coisas, e mantendo o mesmo padrão de vida atual.

Para preservar o poder de compra, devemos remunerar nosso patrimônio acima da variação de nosso custo de vida.

Para tanto, é preciso procurar, também, investir em ativos com alto retorno esperado. Para que isso ocorra, temos de aceitar uma oscilação de preços mais alta e maiores riscos, afinal, ninguém quer investir em um ativo com alta volatilidade se não for recompensado de alguma forma.

A aversão às oscilações dos ativos de longo prazo não traz a possibilidade de se buscar retornos altos e, assim, ter a possibilidade de melhor proteger seu poder de compra.

Leitura recomendada: O poder dos juros compostos no planejamento de longo prazo

8. Falta de diversificação dos investimentos

Frequentemente, vejo investidores que acreditam estar protegidos, por exemplo, por terem diferentes vencimentos de títulos de Renda Fixa de diversos emissores (Governo, Bancos, Empresas).

Na realidade, eles estão expostos a uma única classe de riscos, o da renda fixa. Neste caso, se a taxa de juros subir, eles perdem; se cair, eles ganham.

Em contrapartida, se eles tiverem, ao mesmo tempo, investimentos também em outros tipos de risco, a perda em um investimento pode ser amenizada com o retorno de outros investimentos como, por exemplo, o Dólar, o ouro e as ações.

Assim, o correto é “não colocar todos os ovos em uma única cesta”. A diversificação é um seguro gratuito em momentos de crise. É o que evita (ou poderá evitar) grandes perdas.

Portanto, concentrar seu patrimônio em um único tipo de investimento é desaconselhável, porque é muito arriscado! Quando você concentra em ativos líquidos ou instáveis, a situação tende a piorar.

Podcast recomendado: Queda dos juros – conheça as ameaças e oportunidades dessa nova realidade

9. Basear suas decisões influenciado pelas emoções

Sempre que agimos movidos pela emoção, corremos o risco de não ouvir nosso lado racional, e assim acabar tomando decisões erradas.

Nos investimentos não é diferente. Ao contrário, é aí que pode fazer a diferença entre ganhar, preservar ou perder o poder de compra.

Por exemplo, é comum observar a entrada de muitos investidores aplicando em um ativo depois que ele valoriza muito e, quando cai, o oposto acontece. Podemos chamar isto de “efeito manada”.

Outro exemplo é a “moda”, quando muita gente fala que é bom um certo investimento, influenciando outros investidores a aplicar, mesmo que não seja adequado para eles.

Outro movimento comum é o de investir olhando o comportamento dos mercados. Perseguir, muitas vezes, o que se considera o melhor investimento do mês (ou do ano), faz que caiamos em armadilhas, entrando e saindo de investimentos na hora errada.

Estes investimentos também podem ser inadequados para nós e nosso patrimônio e, muitas vezes não conseguimos absorver o resultado esperado no longo prazo, pelo fato de não ter esperado o tempo de “maturação” de cada investimento.

Vídeo recomendado: Como as emoções influenciam nossas finanças

10. Não se atentar em manter a liquidez mínima necessária do patrimônio

Costumo dizer que ninguém passa dificuldades financeiras por falta de patrimônio, mas sim por falta de liquidez.

A falta da manutenção de uma parcela recomendável da carteira em investimentos líquidos e de baixo risco impede que possamos ter a liberdade de não precisar resgatar nossos investimentos com retorno alto esperado em longo prazo.

Precisamos estar preparados para atender qualquer emergência que aconteça, sem precisar resgatar os investimentos de longo prazo.

Palavras finais

Espero que tenha gostado e principalmente aprendido alguns pontos importantes que você poderá utilizar de forma prática em sua vida e nos seus investimentos.

Compartilhe também com seus familiares e amigos, para que todos possam ter uma melhor compreensão do assunto. Um abraço, e até o próximo!

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