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Você precisa construir seu futuro e não viver no mundo da fantasia

por Conrado Navarro
3 min leitura
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Ninguém sabe o que vem pela frente, tampouco faz ideia de como as coisas estarão dentro de alguns anos. De certa forma, isso é o que faz a vida ser tão interessante. Estaremos casados? Seremos donos do próprio negócio ou estaremos trabalhando para os outros? Seremos bem-sucedidos? Ainda estaremos morando no Brasil?

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O exercício natural proposto pela maioria dos especialistas consiste em imaginar-se no futuro e, a partir da visão desejada (ou do que você não quer que aconteça), definir as ações a serem realizadas, hoje, para chegar lá. Alguns sugerem inclusive que você imagine estar no seu próprio funeral.

Sou meio cético em relação a essa abordagem por algumas razões:

  • Tendemos a fantasiar o futuro e envolvê-lo em um infinito número de situações positivas, favoráveis e de sucesso, sem considerar, no entanto, as chances de insucesso, as frustrações e as emergências que certamente virão;
  • No nosso futuro imaginado, sempre somos capazes de resolver nossas pendências sem muito esforço, sejam elas financeiras (ninguém se vê endividado no futuro) ou de cunho pessoal (todo mundo vê o próprio funeral repleto de homenagens e gente por toda parte);
  • A nossa realidade projetada costuma ser povoada de sonhos e desejos abstratos demais;
  • Morrer, sofrer um acidente ou uma perda trágica na família quase nunca está nos planos ideais de futuro.

Eu poderia simplesmente dizer que não acredito na ideia de se imaginar mais velho porque somos otimistas demais e tendemos a forjar sensações e sentimentos, mas não situações reais do cotidiano. O resultado é que, salvo raras exceções, o futuro logo se torna presente, mas longe do desejado.

Eu entendo que você pode estar um pouco frustrado ao ler estas palavras, principalmente porque quer que seu futuro seja o melhor possível, um futuro de sonhos. Eu também quero que você alcance tudo que deseja, mas acima disso espero que você esteja preparado para o que pode acontecer fora dos planos. Percebe a diferença?

Você precisa construir seu futuro e não viver no mundo da fantasia

O que você precisa fazer, portanto, é garantir as condições mínimas para enfrentar o futuro (a parte desejada e também a inesperada). E não adianta fazer planos, porque eles servem apenas para dizer aos outros que você tem planos. O que interessa é planejamento e execução, no presente. Como?

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1. Previna-se contra eventos inesperados através de seguros

Um acidente pode impedir você de trabalhar, uma tragédia pode tirar sua vida, mas em ambos os casos sua família seguirá vivendo. Seguros contra invalidez, seguros de vida e seguros contra acidentes de trabalho são importantes para oferecer continuidade e garantia de padrão de vida, mesmo em caso de emergências graves.

Repare que não se trata de ser fatalista ou dramático, mas de considerar um evento trágico como possibilidade, um aspecto único do ser humano. Somos a única espécie ciente da nossa finitude (trágica ou natural) e temos condições de fazer algo a respeito, mas frequentemente deixamos essa oportunidade passar.

O que fazer? Pare de achar que um ou dois copinhos de cerveja não mudam seu jeito de dirigir e contrate hoje seguros de vida e contra invalidez.

Leitura sugerida: Seguro de Vida: Um Ato de Amor e Humildade em Família;

2. Invista todo mês

Pare de imaginar seu futuro bem-sucedido e associá-lo ao dia em que conseguir “aquela promoção” ou quando “finalmente se formar na faculdade” e por ai vai. Nunca se veja em uma posição que dependa de acontecimentos futuros, prefira fazer o possível hoje para criar condições de construir sua própria história, sem “e se” ou “quando isso acontecer”.

O jeito de fazer isso é viver um padrão de vida sustentável, em que os gastos sejam sempre menores que os ganhos e onde existam reserva de emergência e investimentos mensais constantes voltados para realizações pessoais e eventos inesperados (este item complementa a contratação de seguros).

O que fazer? Pare de dizer que você vai começar a investir “se isso acontecer” ou “quando aquilo vier” e simplesmente comece a investir, ainda que com pouco dinheiro.

Leitura sugerida: 3 Regras de Ouro das Finanças Pessoais;

3. Foque mais em geração de renda que em acumulação de coisas

É comum que o futuro imaginado na “bola de cristal” esteja repleto de bens de consumo. Carro novo, casa maior, casa na praia, itens de luxo, tudo do bom e do melhor. Claro, quem não quer tudo isso? O problema é que tentar satisfazer plenamente nossos desejos de consumo é uma tarefa impossível, que fatalmente termina em endividamento e problemas familiares (divórcio, um dos mais comuns).

Prefira concentrar seu esforço de hoje em oportunidades de geração de renda, ou seja, em ativos capazes de oferecer receita para que você possa manter (e melhorar) seu padrão de vida constantemente. Seu futuro não se resumirá a ter tudo o que quiser, mas a ser capaz de manter sua independência e, ainda assim, consumir sem prejudicar o orçamento.

O que fazer? Pare de querer parecer legal porque você tem os acessórios da moda e comece hoje a fazer seu orçamento familiar.

Você deve ter sonhos e buscar realizá-los, mas sem fantasiá-los

Se você chegou até aqui, pode ser que esteja um pouco chateado com a “linha dura” deste texto de hoje. Quem sou eu para saber o que é melhor para você e seu futuro, você tem toda razão. Pense apenas que fantasiar o futuro serve para acordar mais motivado, mas costuma terminar em frustração quando o amanhã vira hoje.

“Em outros artigos você defende que devemos sonhar, mas transformar estes sonhos em objetivos e metas claras, que devem ser alvo de trabalho e investimentos”, posso ouvir sua consciência gritando comigo. Exatamente! Repare que é disso que estou falando hoje também: da capacidade de executar, agir, fazer acontecer, capacidade esta que só pode ser exercida hoje, agora. No presente!

Conclusão

Você certamente conhece alguém que viveu uma tragédia pessoal e que, após o momento mais crítico, decidiu rever suas prioridades e seu estilo de vida. Alguém com um grave problema de saúde que decidiu por hábitos mais saudáveis ou aquele empresário que quebrou e então aprendeu que cuidar das finanças da empresa era importante, sabe?

Você pode fazer diferente se entender que seu futuro será resultado de decisões tomadas hoje, mas sempre com uma boa dose de acaso e eventos inesperados. Imaginar aquele futuro lindo não dá a dimensão exata da responsabilidade necessária no presente para evitar surpresas, portanto prefira construir em vez de prever; prefira fazer em vez de torcer.

O que achou da reflexão proposta neste artigo? Faz sentido? Deixe sua opinião no espaço de comentários mais abaixo. Obrigado e até a próxima.

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