O Rio de Janeiro ganhará, em breve, uma bolsa de valores para negociação de créditos de carbono e ativos sustentáveis. Ou seja, os investidores poderão comprar e vender ativos com foco em energia limpa, preservação de florestas e cuidados climáticos.
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A expectativa é que a Bolsa de Ativos Ambientais comece a funcionar no segundo semestre de 2022. Nos próximos 90 dias, um grupo de trabalho vai discutir as medidas propostas e desenvolver um projeto-piloto.
O retorno de uma bolsa de valores para o Rio de Janeiro é, de fato, um marco. Já que a cidade viu a sua fechar em 2000. De acordo com o governo fluminense, o acordo garantirá ao Rio o protagonismo na economia verde.
Bolsa de valores Nasdaq
O primeiro passo para a nova bolsa de valores do Rio de Janeiro foi a assinatura do protocolo de intenções. Dessa forma, foi estabelecida a parceria entre:
- Governo do Estado do Rio de Janeiro
- GEAP (Global Environmental Asset Plataform)
- Nasdaq
A Nasdaq é um mercado de ações automatizado que funciona em Nova York (EUA), caracterizado por negociar grandes empresas tecnológicas. A saber, é a segunda maior bolsa de valores do mundo, atrás apenas da bolsa de NY.
A parceria prevê o intercâmbio de informações entre o governo do estado, a Nasdaq e a Geap. Nesse sentido, após o período de avaliação poderemos ter uma subsidiária brasileira da Nasdaq no Rio de Janeiro.
O objetivo da Bolsa de Ativos Ambientais é implementar políticas públicas para certificar, emitir e negociar créditos de carbono. Por exemplo, uma ideia é entregar créditos ambientais a contribuintes que quitarem seus débitos do IPVA.
Bolsa de Valores no Rio de Janeiro
De acordo com o ex-presidente da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), Carlos Alberto Reis, a parceria é “uma notícia muito positiva”.
Conforme entrevista concedida à Agência Brasil, Reis disse esperar que a futura instituição tenha sede física no centro da cidade. A torcida é para que a Bolsa de Ativos Ambientais fique na Praça 15, onde a BVRJ funcionava, ou no Porto do Rio.
O diretor do Sindicato das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários do Rio de Janeiro (Sindicor RJ), Ricardo Nogueira, concorda com Reis.
“Ter uma bolsa de ativos ambientais sediada no Rio é muito bom tanto econômica como institucionalmente para o Rio de Janeiro. Muito bom também que seja com a Nasdaq, que tem tecnologia e experiência”, disse à Agência Brasil.
Tecnologia e sustentabilidade
De acordo com o governador Cláudio Castro, a equipe de governo vem trabalhando há 8 meses neste acordo. Como resultado, a Nasdaq fornecerá a tecnologia e o estado do Rio de Janeiro, os ativos ambientais.
Assim, espera-se que o potencial econômico ambiental do Rio alcance um estoque de gás carbônico (CO2) de 73 milhões de toneladas. O que representa R$ 25 bilhões, conforme expectativa do governo.
Outro fator positivo na parceria com a Nasdaq na futura bolsa de valores do Rio é a experiência da bolsa tecnológica.
A saber, a bolsa americana é pioneira no tema da sustentabilidade. E junto com a ONU criou uma plataforma global para que estimulasse o investimento sustentável.
Créditos de carbono
Os créditos de carbono são vendidos por países que reduziram as emissões para outras nações que não atingiram suas metas. De fato, cada nação possui um objetivo de diminuição de gases causadores do efeito estufa.
Como resultado, os recursos financeiros obtidos são aplicados em projetos como reflorestamento e outras ações que reduzem esses gases.
Acredita-se que a nova bolsa de valores ajude na geração de empregos e atração de empresas nacionais e internacionais. Além disso, a instituição deve colocar o Rio de Janeiro na liderança da economia de baixo carbono.
De acordo com o secretário de Estado de Fazenda, Nelson Rocha, a meta é atrair ativos ambientais da iniciativa privada. Mas, a princípio, a plataforma da Nasdaq vai operar no exterior.
“Vamos criar ambiente propício para que essa expansão aconteça nos próximos anos. Queremos fazer do Rio um hub (base) de investimentos de ativos ambientais.”