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Haddad contesta alĂ­quota de 28% para IVA estimada por estudo

Haddad considerou positivas as ponderaçÔes feitas pelo Ipea e defendeu um enxugamento da reforma, com a revisão da lista de exceçÔes.

por AgĂȘncia Brasil
3 min leitura
Haddad considerou positivas as ponderaçÔes feitas pelo Ipea e defendeu um enxugamento da reforma (Imagem: Marcello Camargo/AgĂȘncia Brasil)

Uma alíquota de 28% do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), a ser criado pela reforma tributåria, não considera uma série de fatores, disse nesta segunda-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Ele rebateu um estudo do Instituto de Pesquisa EconÎmica Aplicada (Ipea), segundo o qual o futuro IVA ficaria mais alto que os 25% inicialmente previstos por causa das exceçÔes incluídas durante a votação pelos deputados.

“Aquele Ă© um estudo que nĂŁo leva em consideração uma sĂ©rie de fatores. NĂŁo tem anĂĄlise de impacto, por exemplo, sobre [combate Ă ] sonegação, evasĂŁo, corte de gastos tributĂĄrios [eliminação de incentivos fiscais]”, declarou Haddad ao chegar ao MinistĂ©rio da Fazenda nesta segunda pela manhĂŁ.

Baseado no texto aprovado pela CĂąmara dos Deputados, o estudo do Ipea estima uma alĂ­quota de 28,4% para o IVA, que incidirĂĄ sobre o consumo.

Esse percentual garantiria a alĂ­quota mais alta do mundo para impostos desse tipo, batendo o recorde da Hungria, que cobra IVA de 27%.

Segundo o Ipea, as isençÔes incluídas no texto, o benefício a setores que terão alíquota reduzida em 60% e a criação de regimes especiais estão por trås da alíquota alta.

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Isso porque, para compensar a desoneração para alguns segmentos da economia, o governo terå de tributar mais o restante dos setores.

Transição

Sobre a possibilidade de a alĂ­quota ficar abaixo de 28%, o ministro disse ser necessĂĄrio avaliar dois fatores.

O primeiro Ă© a transição, que começarĂĄ em 2026 para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), a parte federal do futuro IVA, e irĂĄ atĂ© 2032. “NĂłs vamos calibrando isso de acordo com a transição. EntĂŁo começa em 2026 com uma alĂ­quota baixinha para ver o impacto”, declarou o ministro.

O segundo fator, citou Haddad, serão eventuais mudanças na reforma tributåria pelo Senado, que poderå rever algumas exceçÔes concedidas pela Cùmara. Com menos isençÔes e setores com alíquotas reduzidas, a alíquota geral poderå baixar.

Apesar de contestar a estimativa de 28,4% de alĂ­quota, Haddad considerou positivas as ponderaçÔes feitas pelo Ipea e defendeu um enxugamento da reforma, com a revisĂŁo da lista de exceçÔes. “O alerta que o estudo do Ipea faz Ă© bom, porque mostra que, quanto mais exceçÔes tiver [a reforma tributĂĄria], menos vai funcionar. EntĂŁo tem que calibrar bem as exceçÔes, para que elas estejam bem justificadas”, declarou.

Mesmo no caso de um IVA alto, o estudo considera a reforma tributåria benéfica para a economia brasileira, porque melhorarå o ambiente de negócios e simplificarå a cobrança e o pagamento de tributos.

Recentemente, o Ipea divulgou um outro estudo, segundo o qual a reforma poderå gerar um ganho de 2,39% no Produto Interno Bruto (PIB) até 2032.

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