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Haddad diz que economia do 2º semestre depende do Congresso e BC deve entender “recado” da Fazenda

Segundo ele, o país tem um gasto tributário de 10% do PIB e o governo precisa de 1% deste montante para ajustar as contas públicas

por Reuters
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A bola está com o Congresso, como esteve no começo do ano (Imagem: Reprodução/REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse neste sábado que o desempenho da economia brasileira no segundo semestre dependerá da aprovação de medidas enviadas pelo governo ao Congresso Nacional e afirmou que o Banco Central deve entender o “recado” que o Ministério da Fazenda está enviando e reduzir as taxas de juros.

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Durante o Expert XP, evento realizado pela XP Investimentos, o ministro reconheceu a uma plateia de investidores que a meta de zerar o déficit primário no ano que vem é “ambiciosa”, mas afirmou que ela é “propositalmente ambiciosa”.

“O Congresso tem papel chave neste segundo semestre. A bola está com o Congresso, como esteve no começo do ano. Eles entregaram e estamos colhendo os frutos”, disse o ministro, referindo-se a dados econômicos favoráveis divulgados esta semana, como a alta de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, que superou as expectativas de economistas.

“Se os resultados legislativos vierem no sentido correto, vamos ter um segundo semestre alvissareiro… O primeiro semestre eu daria nota 9,5. Pode ser 10 no segundo”, afirmou, pontuando que a equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu aprovada pelo Legislativo a maioria das propostas que enviou, com exceção da reforma tributária, que passou na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado.

Entre as medidas que o governo enviou ao Congresso e que são enfaticamente defendidas por Haddad, estão aquelas que o ministro classifica como de recomposição da base tributária brasileira.

Segundo ele, o país tem um gasto tributário de 10% do PIB e o governo precisa de 1% deste montante para ajustar as contas públicas.

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O ministro foi indagado se a retirada de benefícios, mesmo que eventualmente injustos, não poderia levar a um freio no crescimento econômico, já que empresas que não pagam ou pagam menos impostos passariam a pagar. Ele respondeu que isso não ocorrerá, já que uma melhoria do quadro fiscal levaria a uma queda na taxa de juros.

“Se nós estivermos contratando por meio dessas medidas uma curva de juros mais baixa, as empresas não vão nem sentir”, afirmou, ao mesmo tempo que reiterou a necessidade de as políticas fiscais e monetária, esta última de responsabilidade do Banco Central, caminharem em harmonia.

“Se a autoridade monetária entender o recado que a Fazenda está dando, nós vamos convergir”, disse ele, que acrescentou que o governo busca sinalizar para resultados fiscais consistentes, na expectativa de que o BC atue no mesmo sentido.

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