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Acordo do governo com Lira para liberação de emendas de comissão abre caminho para votações da agenda econômica

A única medida que ficou de fora do acordo foi sobre a renovação da desoneração da folha de salários de 17 setores da economia

por Reuters
3 min leitura
Arhur Lira

O governo fechou um acordo com o Congresso para destravar a votação da medida provisória 1185, que regulamenta subvenções, e também assegurar a apreciação do restante da pauta econômica em tramitação até a semana que vem, em troca da derrubada de um veto do arcabouço fiscal que limita o pagamento das emendas orçamentárias de comissão, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento das negociações.

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O governo concordou em liberar a derrubada de um veto ao arcabouço fiscal que permitia o contingenciamento das emendas de comissão em troca da aprovação da MP das subvenções em comissão mista, da lei sobre apostas esportivas on-line, da reforma tributária e da criação de um abono para alunos que completarem o ensino médio.

O acordo foi fechado na noite de quarta-feira entre os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de um almoço dos três com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Lira levou ao governo duas questões que estavam dificultando a negociação dos deputados na votação da 1185 pela comissão mista. A primeira era a liberação de emendas parlamentares, mas nos últimos dois dias o governo liberou 10 bilhões de reais em emendas que ainda estavam previstos no Orçamento de 2023.

A segunda questão era a liberação das emendas de comissão. Um veto do governo em artigo do arcabouço fiscal excluiu esse tipo de emenda, as chamadas RP8, do mesmo regime de liberação das emendas de bancadas e das emendas individuais, que ficaram de fora dos riscos de contingenciamento. Segundo Lira, essa diferenciação incomodou os parlamentares.

De acordo com uma das fontes, a avaliação do governo é que o saldo do acordo é positivo diante da urgência em se aprovar as medidas ainda este ano para aliviar o déficit fiscal em 2024.

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Depois do entendimento com o governo, Lira convocou uma reunião de líderes para tentar votar ainda nesta quinta a reforma tributária em plenário e a 1185 na comissão. Com a sessão do Congresso em curso, regimentalmente a comissão não poderia funcionar, mas os líderes tentam uma autorização especial para votar.

O cálculo da equipe econômica era de que a MP 1185 poderia render 35 bilhões de reais extras ao Orçamento em 2024. O governo, no entanto, concordou em ajustar o projeto para agradar senadores e assegurar o avanço da medida e ainda não revelou novos cálculos depois dessas alterações, mas mantém a necessidade da medida para o equilíbrio fiscal.

A única medida que ficou de fora do acordo foi sobre a renovação da desoneração da folha de salários de 17 setores da economia. O governo já aceitou que o veto do presidente à proposta será derrubado pelo Congresso, mas vai enviar uma medida provisória com uma nova proposta, em preparação pela equipe econômica, depois das votações dessas semanas.

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