O Bitcoin (BTCUSD) renovou sua máxima histórica nesta terça-feira (5), em movimento que reflete principalmente o fluxo de investimentos para ETFs de criptoativos nos Estados Unidos e a perspectiva de queda das taxas de juros globais.
A maior criptomoeda do mundo atingiu uma máxima de US$ 69.202 dólares, superando o pico histórico de novembro de 2021 de 68.999,99 dólares.
O interesse dos investidores aumentou desde que a Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA) aprovou 11 ETFs (fundos negociados em bolsa) de bitcoin à vista no final de janeiro.
Altseason
Durante o último mês, a capitalização de mercado das altcoins aumentou 50%, de US$ 800 bilhões para US$ 1,2 trilhão, com as “memecoins” em destaque. Enquanto isso, as principais Ethereum (ETHUSD), Cardano (ADA), Polygon (MATIC), ainda não decolaram no rali.
Para Bruno Perini, especialista em criptomoedas e sócio do Grupo Primo, quando o bitcoin bate o seu topo histórico, convenciona-se falar que começa o “altseason”.
“É a temporada das outras criptomoedas, que inicialmente ficam para trás, mas que costumam até subir mais do que o bitcoin em ciclos positivos. E, outro ponto, é que boa parte do movimento do bitcoin vem no pós-halving. O movimento, em si, dura cerca de um ano a um ano e meio depois do halving. Este é o histórico dos últimos ciclos”, ressalta.
Segundo o fundador do fundo de hedge quantitativo Capriole Investments, Charles Edwards, a análise do comportamento dos gráficos no período de 18 meses após últimos eventos de Halving revela que é esperado um ganho de 560% para quem comprá-lo no dia 17 de abril de 2024.
“O Halving do Bitcoin está programado para ocorrer em 17 de abril de 2024. Os 365 dias após o Halving oferecem a melhor oportunidade de risco-recompensa para comprar Bitcoin historicamente. Esta é a janela exata em que a taxa de variação da taxa de crescimento da oferta é comprimida e cai mais de 4% ao mês”, explica.
O Halving, que acontece a cada quatro anos, reduz pela metade a taxa pela qual novos Bitcoins são criados. A recompensa por bloco minerado será reduzida de 6,25 para 3,125 por bloco.
Valorização do Bitcoin e Ethereum nos últimos 12 meses
Desempenho
A ascensão meteórica de quase 160% do bitcoin desde outubro, sendo que apenas em fevereiro a alta acumulada somou 44%, marca um forte contraste com 2022, quando o mercado foi atingido por um inverno cripto de 18 meses, atormentado por uma série de falências e escândalos de empresas.
Além da procura por parte de um conjunto mais vasto de investidores, o bitcoin e as criptomoedas em geral receberam um impulso com a perspectiva de que o Federal Reserve irá reduzir as taxas de juro dos EUA, o que muitas vezes leva os investidores a desviarem o capital para ativos de maior rendimento ou mais voláteis.
“A máxima histórica do bitcoin marca um ponto de virada para criptoativos”, disse Nathan McCauley, presidente-executivo e cofundador da plataforma de cripto Anchorage Digital. “As instituições tradicionais já estiveram de fora; hoje, elas estão aqui com força total como os principais impulsionadores do mercado altista de criptomoedas.”
Analistas dizem que o bitcoin também se beneficiou da perspectiva do “halving” previsto para a abril – um processo que ocorre a cada quatro anos em que a taxa de liberação de tokens é reduzida pela metade, com as recompensas dadas aos mineradores. A oferta de bitcoin está limitada a 21 milhões, dos quais 19 milhões já foram minerados.
(Com Reuters)