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Dinheirama Entrevista: João Cristofolini, Empreendedor, Autor e Palestrante

por Conrado Navarro
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Dinheirama Entrevista: João Cristofolini, Empreendedor, Autor e Palestrante

Histórias inspiradoras são sempre ótimas maneiras de mudar nossa forma de enxergar o mundo e nossas próprias limitações. Gente que faz e decide mudar sem se preocupar com os desafios do caminho criam em nós a energia para tentar fazer o mesmo, o que é ótimo para a autoestima.

Um de meus amigos pessoais tem essas características. João Cristofolini é um jovem empreendedor serial nas áreas de educação, tecnologia, saúde e social. João é também Autor do livro “O que a escola não nos ensina” (Alta Books), Palestrante e sempre faz questão de dizer que se vê como um “apaixonado por aprender, compartilhar e construir novos negócios de impacto”.

Nós tivemos a oportunidade de nos conhecermos pessoalmente e trabalharmos em alguns projetos de educação financeira, e conversar com o João é sempre um aprendizado muito legal. Você vai perceber isso em nossa conversa exclusiva para o Dinheirama:

João, você também acredita que empreender é muito mais do que ter um negócio? É algo que podemos chamar de estilo de vida? O que tem a dizer sobre isso?

João Cristofolini: Sempre digo que empreender é um comportamento. E comportamento é formado primeiramente por hábitos e atitudes mentais. Assim como ser “próspero” não tem nenhuma relação com apenas ter dinheiro, ser saudável não tem nenhuma relação apenas com não ter doenças, empreender também não tem nenhuma relação com apenas ter um próprio negócio.

Tudo isso é, sem dúvida, um estilo de vida que começa dentro de cada um e não fora, um conjunto de suas crenças, pensamentos, hábitos, atitudes, propósito. Parece algo simples e ao mesmo tempo filosófico ou autoajuda, mas é o que diferencia pessoas de sucesso de pessoas comum.

Quando você entende isso, não apenas a nível conceitual, mas incorpora, vivencia e constrói esse comportamento interno, não importa o que esteja acontecendo na sua vida nesse momento. Nenhuma situação externa será capaz de mudar o seu comportamento, mas o seu comportamento será capaz de mudar qualquer situação.

Por exemplo, uma pessoa que incorpora a atitude e comportamento próspero pode chegar ao ponto de perder todo dinheiro, mas rapidamente o recupera e ganha ainda mais. Uma pessoa empreendedora pode falir um ou mais negócios, mas rapidamente se recupera e constrói novamente um negócio ainda maior.

Voltando ao exemplo anterior, o dinheiro é um reflexo de um comportamento próspero, a saúde é um reflexo de um comportamento e estilo de vida saudável, e o negócio pode ou não ser reflexo de um comportamento empreendedor.

Tudo começa com a maneira que você enxerga o mundo, as coisas, os problemas, as oportunidades e tudo que está à sua volta. No caso do empreendedor, pode ser um problema/oportunidade para construir um novo negócio, assim como podem ser problemas/oportunidades para empreender dentro de um negócio atual, dentro de um projeto social, dentro da política e por ai vai.

Conte-nos um pouco de sua história profissional, como tomou suas decisões ao longo da carreira/vida e como o empreendedorismo surgiu em sua trajetória?

J. C.: Meu primeiro “MBA Empreendedor” foi aos 15 anos de idade, quando junto de minha mãe tive a responsabilidade, ou obrigação, de cuidar do negócio (academia) enquanto ela estava em sala de aula.

Era a primeira experiência profissional dela como empreendedora do próprio negócio, já que ela sempre atuou como profissional de Ed. Física, por sinal muito respeitada. E esse cenário costuma ser muito comum, principalmente no Brasil.

Profissionais ou especialistas em um assunto/área resolvem, certo dia, ser donos de seu próprio negócio. O ímpeto vem daquele pensamento: “Se sou tão valorizado, qualificado na minha área, por que devo trabalhar para os outros?”.

Mas, pela falta de experiência empreendedora, descobrem (geralmente depois do negócio já estar aberto) que administrar um negócio é muito mais do que apenas oferecer um serviço ou criar um produto.

Voltando para minha história pessoal, foi exatamente o que aconteceu na academia. Com 13 anos de idade, comecei a ajudar esporadicamente na recepção depois da aula, nos dias que tinha mais movimento.

Naturalmente, não parei mais: de ajudante para o atendimento, depois líder da equipe de atendimento, gerenciamento da equipe como um todo, estratégias de marketing, administração, pessoas, sistemas e tudo o que envolve um negócio.

Gosto de dar esse exemplo, apesar de já fazer mais de 10 anos e hoje atuar em outros negócios, porque ele oferece algumas lições muito interessante. Por exemplo:

A diferença entre o empreendedor-empregado e o empreendedor-empreendedor, a importância de começar o quanto antes, a importância de passar por diferentes áreas e se tornar um generalista e não um especialista, a importância de aprender na prática, de errar, de fracassar. Isso tudo não tem MBA que entregue.

Hoje tenho projetos cada vez maiores nas áreas de educação, tecnologia, saúde e social. Já tive a oportunidade de construir e fracassar alguns negócios e tenho muito orgulho de poder dizer isso ainda jovem; conheci e convivi com grandes mentores e cases de sucesso e tive a oportunidade de estudar muitos deles.

Quais foram os principais desafios que você enfrentou quando decidiu empreender e começar sua própria empresa? Como os superou?

J. C.: Falar de empreender sem falar de desafios, dificuldades e problemas é praticamente impossível, e comigo não poderia ser diferente de qualquer outro empreendedor. O primeiro desafio começa quando você decide ter seu próprio negócio e só termina quando você sai dele (às vezes acaba indo além disso).

Mas o que acredito ser mais importante para destacarmos aqui, e o que de fato pode contribuir para quem deseja empreender ou está empreendendo, é mudar o comportamento diante dos desafios. Nós, principalmente ocidentais, temos uma visão bastante distorcida de desafios, problemas, erros e dificuldades.

Nossa vida é uma evolução, a empresa é uma evolução, a sociedade é uma evolução. E toda evolução é um processo dolorido. Crescer dói, e empreender também dói.

O mais incrível é você olhar para trás e ver que grande parte dos problemas, que em muitas vezes pareciam insuportáveis, foram necessários para construir coisas que você nem imaginava serem possíveis.

Olhando para trás, parece fácil, mas na situação o mais importante é de fato mudar o seu comportamento sobre o problema, enxergar como uma oportunidade de você mudar, melhorar, inovar e crescer. Às vezes o desafio vem de uma forma sutil, outras vezes pode ser necessário o fracasso de uma empresa para o nascimento de outra maior.

É importante se desapegar, estar sempre aberto a aprender, a mudar e entender que a vida é uma evolução. Essa é a vida de um empreendedor e é por isso que poucas pessoas chegam no topo, não por serem melhores ou terem mais sorte, simplesmente porque não desistiram no primeiro problema, no primeiro fracasso ou na primeira falência.

O que mais vejo são pessoas começarem um próprio negócio, falirem e ficarem com trauma de empreenderem novamente. Justamente no momento que começaram a aprender a empreender, é triste ver essa falta de cultura ainda no Brasil e um desperdício de talentos e sonhos.

Preferi falar da necessidade de encarar os problemas do que dos problemas em si, afinal eles são bem conhecidos por aqui (burocracia, carga tributária, falta de cultura, problemas de mão de obra, pouco apoio familiar etc.).

Olhando o aspecto positivo, que benefícios e vantagens enxerga no empreendedorismo como uma opção de vida? Para quem ele faz mais sentido?

J. C.: Não consigo imaginar minha vida sem empreendedorismo. Como tive o grande privilégio de muito cedo identificar que era isso que queria, essa era minha missão e propósito de vida, me apaixonei por essa opção.

O empreendedorismo tem algumas coisas mágicas que você dificilmente encontra em outras atividades. As mais importantes delas, em minha opinião, são: a capacidade de sonhar sempre e a possibilidade de deixar um grande legado. Para mim, uma vida sem sonhos é uma vida sem propósito; e uma vida sem propósitos é uma vida sem sentido.

Aqui você é o único responsável por estes sonhos, cabe a você realizá-los ou não, você sai da situação de coadjuvante para ator principal. Você para de reclamar da educação, da saúde, do transporte e começa a pensar e se responsabilizar em como você pode fazer a diferença e melhorar o seu bairro, a sua cidade, o seu país, ou por que não o mundo?

Quanto maior esse sonho, mais pessoas você poderá impactar; quanto mais pessoas impactar, maior será o seu legado e seu retorno em todos os sentidos, inclusive e também financeiro. Essa é uma ótica de oportunidade, mas além dessa, acredito que cada vez mais vamos ver casos de necessidade.

O empreendedorismo já é, em muitos casos, principalmente em países desenvolvidos (e vai ser cada vez mais por aqui também), uma necessidade em função da mudança da economia e do modelo de trabalho.

Como saímos da evolução industrial, apesar de muitos ainda atuarem nela, e entramos em uma evolução da informação, conhecimento e transformação de pessoas, muitos empregos tradicionais vão deixar de existir.

Grandes empresas tradicionais vão desaparecer a partir da competição de “pequenas” startups e muitas pessoas vão se ver na necessidade de empreender para manter ou complementar sua renda.

Minha consideração para você que está lendo é: não espere esse momento chegar e não ache que em sua área ele não irá acontecer. Se você é empregado, comece a cuidar de seu negócio, nem que seja em tempo parcial e em paralelo ao seu emprego. Existem diversas opções para isso nos dias de hoje, principalmente com a Internet.

E você que já tem um negócio, não espere uma startup mudar o seu mercado, porque isso também vai acontecer, mais cedo ou mais tarde.

Em seu livro lançado recentemente, “O Que a Escola Não Nos Ensina” (Alta Books), você cita 7 habilidades essenciais para o sucesso que não aprendemos no ensino tradicional. Pode citá-las e falar um pouco mais do livro?

J. C.: A mensagem principal do livro é mostrar que existem outras maneiras, mais eficientes e baratas de aprender – não apenas o processo tradicional que nos foi ensinado desde pequeno, de ir para escola, entrar em uma boa faculdade, seguir com uma pós-graduação, MBA e etc.

O que mais vejo são jovens saindo do ensino médio e começando uma faculdade por obrigação dos pais ou da própria sociedade, algo no sentido de “ter que ter um diploma universitário”, não importa qual seja.

É estranho, veja só: primeiro você escolhe um curso e depois pensa no que vai fazer, quando o lógico e natural seria primeiro identificar o seu propósito e depois analisar o que vai precisar para alcançá-lo. Não faz mais sentido? Pode ser que um curso universitário ajude ou seja necessário, mas pode ser que não (e isso acontece muito mais vezes do que você imagina!).

O modelo de educação atual foi criado no início do século passado, ou seja, a mesma coisa que um jovem aprende hoje seus avós ou bisavós também aprenderam. Acho isso esquisito. Em um mundo onde a informação e conhecimento mudam a cada dia, onde nem um jornal impresso diário consegue se manter atualizado, um curso centenário não teria a menor possibilidade de conseguir essa façanha.

Por ser um processo totalmente burocrático, a mudança é muito lenta e pequena, por isso cada vez mais pessoas de todo o mundo começam a buscar novas alternativas de estudo. Aliás, esse é um ponto em que precisamos mudar o paradigma; a palavra estudar hoje está relacionada a uma instituição de ensino tradicional.

Eu abandonei a faculdade para me dedicar aos meus negócios e minha educação autodidata, composta por dois livros semanais, palestras, TEDs, vídeos, cursos, mentorias e práticas. Mesmo assim, ainda me perguntam com frequência se não penso em voltar a estudar ou quando vou voltar a estudar.

Bom, como não posso mudar o sistema de ensino tradicional, escrevi este livro, não com o objetivo de dar as respostas sobre todos os temas, mas sim instigar o leitor a cada vez mais buscar informação, conhecimento e prática sobre essas habilidades que não aprendemos na escola e são importantíssimas para qualquer pessoa. São elas:

  • Aprender a utilizar a mente;
  • Aprender sobre empreendedorismo;
  • Aprender a vender;
  • Aprender sobre marketing e marca pessoal;
  • Aprender a ser um líder;
  • Aprender sobre educação financeira;
  • Aprender a manter e cuidar da saúde e espiritualidade.

Para isso, além do resultado de mais de 10 anos de estudo, prática e convívio com os maiores autores e experts destes temas, o livro conta com a participação especial de grandes nomes nacionais, inclusive Conrado Navarro e Andre Massaro (ambos da equipe Dinheirama) falando sobre educação financeira.

João, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo seu trabalho e livro. Como deve agir o leitor interessado em fazer contato contigo e ler seu material? Até a próxima.

J.C.: Eu que agradeço seu convite, amigo Navarro, para ajudar de alguma forma a levar essa mensagem para o maior número possível de pessoas. Acredito que não podemos depender de terceiros para mudar a educação de nosso país. Nós, juntos, podemos fazer a diferença! Este livro é apenas uma parte do que considero importante para esta grande missão.

Quem tiver interessado em receber gratuitamente o primeiro capítulo do livro “O que a Escola Não Nos Ensina”, pode acessar a página www.escolanaoensina.com.br. Para me acompanhar, minha página é www.joaocristofolini.com.br. Muito obrigado e sucesso para todos!

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