O conselho da Boeing (BA; BOEI34) iniciou a busca por um nome de peso para assumir o comando da problemática fabricante de aviões, após o turbulento período do presidente-executivo, Dave Calhoun, no cargo, e muitos executivos e analistas do setor preveem que a empresa buscará uma solução externa.
Enfrentando a crescente pressão das companhias aéreas, dos órgãos reguladores e dos investidores, a Boeing anunciou na segunda-feira uma mudança mais ampla do que o esperado, com Calhoun, de 66 anos, deixando o cargo até o final do ano, após a saída do chefe da unidade de aviões comerciais e de seu presidente.
A empresa norte-americana vem enfrentando uma crise crescente após um pedaço de fuselagem de um 737 MAX operado pela Alaska Airlines ter se soltado em pleno voo em janeiro, abrindo um buraco na aeronave que expôs os passageiros ao exterior.
O novo presidente-executivo enfrentará inúmeras tarefas, incluindo a melhoria da cultura de qualidade da empresa e a recuperação da confiança dos órgãos reguladores, dos clientes e do público.
A Boeing também terá que cumprir as metas para aumentar a produção e impulsionar seu fluxo de caixa, enquanto tenta reduzir dívida e ganhar terreno contra a rival europeia Airbus.
Há apenas três meses, a Boeing parecia ter ungido Stephanie Pope como futura líder, após nomeá-la diretora de operações, após um período bem-sucedido à frente da divisão de serviços.
Porém, na segunda-feira, Pope foi nomeada diretora da unidade de aviões comerciais da Boeing, substituindo Stan Deal, que se aposenta, com responsabilidades que incluem a fábrica do MAX.
O novo cargo torna menos provável uma mudança para um posto mais alto, pelo menos por enquanto, disseram os analistas.
“A empresa estava preparando Stephanie Pope para provavelmente suceder Calhoun, mas isso parece ter mudado em favor de uma busca externa por um novo presidente-executivo”, disse Bert Subin, analista da Stifel.
Muitos investidores dizem que o presidente-executivo da GE, Larry Culp, tem a qualidade que a Boeing precisa desesperadamente para recuperar a confiança, depois de dividir o conglomerado histórico em três empresas públicas.
No entanto, Culp disse recentemente a jornalistas que estava totalmente concentrado em liderar a GE Aerospace como fabricante autônoma de motores e que esperava continuar servindo a Boeing como parceiro e fornecedor importante.
Pat Shanahan, ex-executivo da Boeing e ex-secretário interino de Defesa dos Estados Unidos no governo de Donald Trump, que agora comanda a Spirit Aerosystems, fornecedora de fuselagem do MAX, também é citado como possível candidato.
A Spirit disse que a “única prioridade de Shanahan continua sendo a construção de uma cultura de segurança na Spirit AeroSystems”.