Os analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação das ações da B3 (B3SA3) para “neutra” e reduziram o preço-alvo dos papéis de R$ 18 para R$ 14, conforme relatório enviado a clientes.
Otavio Tanganelli e equipe também diminuíram a previsão para o lucro líquido da empresa de infraestrutura de mercado financeiro neste ano em 10%, a R$ 4,8 bilhões, atribuindo a decisão principalmente a volumes aquém das expectativas.
Eles ainda embutiram no modelo um custo de capital ligeiramente mais alto e citaram maior incerteza relacionada à concorrência e à velocidade de ‘turnover’ (giro de mercado) estrutural, conforme o relatório com data de quinta-feira.
Na visão da equipe do Bradesco BBI, as ações oferecem um potencial de valorização limitado no curto prazo, com múltiplos (de cerca de 14,6 vezes o preço/lucro 2024) que não sugerem uma assimetria risco versus retorno favorável e mais favorável para outros players do segmento financeiro durante uma potencial recuperação nas atividades do mercado de capitais
“Não acreditamos que levantará preocupações [a concorrência] relevantes sobre o crescimento mais fraco da receita da B3 no curto/médio prazo, embora haja riscos maiores de concorrência potencial, o que poderia impedir uma reavaliação relevante dos múltiplos da B3 nos próximos trimestres”, alertam os analistas.
Às 11:59, os papéis da B3 recuavam 1,94%, a R$ 12,16, entre as maiores quedas do Ibovespa, que cedia 0,38%. No pior momento, chegaram a R$ 12,03.
Concorrência com a B3
No início do ano passado, a Mubadala adquiriu a participação majoritária da Americas trading Group (ATG), detentora de uma plataforma de negociação eletrônica no mercado brasileiro. A sede ficaria no Rio de Janeiro.
(Com Reuters)