A BRF (BRFS3) está avaliando os impactos das chuvas e temporais nas suas unidades de produção no Rio Grande do Sul, informou a empresa em um comunicado enviado à imprensa nesta sexta-feira (3).
As operações da planta Lajeado da BRF, localizada no Vale do Taquari, foram paralisadas “temporariamente” nesta sexta-feira e sábado (4).
Segundo a nota, a empresa está priorizando o apoio aos colaboradores e à comunidade do estado, após as chuvas torrenciais.
“A companhia está avaliando todos os impactos e já executa seu plano de contingência para mitigar os possíveis reflexos na produção”, informa a empresa.
No segundo semestre do ano passado, enchentes provocadas por fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari em uma das piores cheias em décadas e deixaram um rastro de destruição, perdas materiais e cerca de 50 mortes.
Para o time de análise da Ativa Investimentos, “a necessidade de paralisação temporária das unidades de abate no RS devido as fortes chuvas devem prejudicar o volume de abates da BRF marginalmente para o segundo trimestre”.
Isso, aponta a corretora, “pode pressionar seu desempenho em meio a um cenário ainda positivo para o mercado avícola”.
Ração em falta
As indústrias produtoras e processadoras de aves do Rio Grande do Sul estão sofrendo com a falta de matéria-prima para ração das granjas e paralisando ou reduzindo abates de frangos em algumas regiões.
Segundo o presidente-executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo Santos, 12 indústrias paralisaram ou reduziram abates para lidar com os desdobramentos das chuvas torrenciais.
“Devido à dificuldade de acesso a algumas regiões, algumas granjas estão no seu limite de suprimento, de farelo de soja e milho”, acrescentou ele à Reuters.
Rating da BRF
A Fitch Ratings anunciou ontem uma elevação nos ratings de crédito da BRF, subindo de BB para BB+, em moeda estrangeira, com uma perspectiva estável. Esta mudança reflete a confiança da agência na capacidade da empresa de continuar a melhorar seus indicadores de crédito ao longo de 2024.
Johnny da Silva, diretor da Fitch Ratings, explicou que “a melhora na tendência de desalavancagem da BRF é notável, com a alavancagem líquida prevista para cair para menos de 2 vezes em 2024, frente às 3,1 vezes no final de 2023.” Este otimismo é sustentado pela recuperação do Ebitda e pelo fluxo de caixa livre positivo projetado.
Além disso, a Fitch estima que o Ebitda aumentará significativamente para entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões em 2024. “A forte recuperação do Ebitda é impulsionada por uma combinação de bom desempenho tanto nas divisões brasileiras quanto internacionais e uma gestão eficiente dos custos com alimentação animal,” acrescenta Silva.
Sob a liderança da Marfrig (MRFG3), que agora detém 50% da BRF, a empresa também tem mostrado um comprometimento estratégico significativo, com a Fitch observando que “não há cláusula de inadimplência cruzada e garantias de dívida entre as duas empresas, o que reflete uma governança sólida e independente dentro do grupo.