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BRF paralisa “temporariamente” operações em Taquari até sábado

"A companhia está avaliando todos os impactos e já executa seu plano de contingência para mitigar os possíveis reflexos na produção", diz a empresa

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Granja de aves da BRF em Marau, no Rio Grande do Sul (Imagem: Divulgação / BRF)

A BRF (BRFS3) está avaliando os impactos das chuvas e temporais nas suas unidades de produção no Rio Grande do Sul, informou a empresa em um comunicado enviado à imprensa nesta sexta-feira (3).

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As operações da planta Lajeado da BRF, localizada no Vale do Taquari, foram paralisadas “temporariamente” nesta sexta-feira e sábado (4).

Segundo a nota, a empresa está priorizando o apoio aos colaboradores e à comunidade do estado, após as chuvas torrenciais.

“A companhia está avaliando todos os impactos e já executa seu plano de contingência para mitigar os possíveis reflexos na produção”, informa a empresa.

No segundo semestre do ano passado, enchentes provocadas por fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari em uma das piores cheias em décadas e deixaram um rastro de destruição, perdas materiais e cerca de 50 mortes. 

Planta Lajeado da BRF, localizada no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul
Planta Lajeado da BRF, localizada no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul (Imagem: Divulgação/ BRF)

Para o time de análise da Ativa Investimentos, “a necessidade de paralisação temporária das unidades de abate no RS devido as fortes chuvas devem prejudicar o volume de abates da BRF marginalmente para o segundo trimestre”.

Isso, aponta a corretora, “pode pressionar seu desempenho em meio a um cenário ainda positivo para o mercado avícola”.

Ração em falta

As indústrias produtoras e processadoras de aves do Rio Grande do Sul estão sofrendo com a falta de matéria-prima para ração das granjas e paralisando ou reduzindo abates de frangos em algumas regiões.

Segundo o presidente-executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo Santos, 12 indústrias paralisaram ou reduziram abates para lidar com os desdobramentos das chuvas torrenciais.

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“Devido à dificuldade de acesso a algumas regiões, algumas granjas estão no seu limite de suprimento, de farelo de soja e milho”, acrescentou ele à Reuters.

Rating da BRF

Fitch Ratings anunciou ontem uma elevação nos ratings de crédito da BRF, subindo de BB para BB+, em moeda estrangeira, com uma perspectiva estável. Esta mudança reflete a confiança da agência na capacidade da empresa de continuar a melhorar seus indicadores de crédito ao longo de 2024.

Johnny da Silva, diretor da Fitch Ratings, explicou que “a melhora na tendência de desalavancagem da BRF é notável, com a alavancagem líquida prevista para cair para menos de 2 vezes em 2024, frente às 3,1 vezes no final de 2023.” Este otimismo é sustentado pela recuperação do Ebitda e pelo fluxo de caixa livre positivo projetado.

Além disso, a Fitch estima que o Ebitda aumentará significativamente para entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões em 2024. “A forte recuperação do Ebitda é impulsionada por uma combinação de bom desempenho tanto nas divisões brasileiras quanto internacionais e uma gestão eficiente dos custos com alimentação animal,” acrescenta Silva.

Sob a liderança da Marfrig (MRFG3), que agora detém 50% da BRF, a empresa também tem mostrado um comprometimento estratégico significativo, com a Fitch observando que “não há cláusula de inadimplência cruzada e garantias de dívida entre as duas empresas, o que reflete uma governança sólida e independente dentro do grupo.

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