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CDB e Renda Fixa podem aliviar a crise?

por Conrado Navarro
3 min leitura

Investindo em bancos através de CDBsGilda comenta: “Navarro, tenho lido os artigos sobre a crise inflacionária e econômica mundial e acompanhado as recentes baixas da bolsa brasileira[bb] e confesso: tenho perfil conservador e não estou muito segura de que é hora de comprar ações. Claro, muitos brasileiros devem estar melindrados, como eu, certo? Para nós, conservadores, mas dispostos a não deixar o dinheiro parado, o que pode ser interessante em períodos como os de hoje? Obrigada.”

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Em tempos de turbulência, é muito comum encontrar investidores loucos pela famosa atitude “8 ou 80”. Ou, comom preferem alguns, “da água para o vinho”. Como sempre costumo afirmar em meus artigos, mais importante que buscar uma lista de aplicações interessantes, ou um resumo enlatado de onde é possível aplicar, é entender o momento econômico atual e porque determinados investimentos[bb] são mais ou menos rentáveis neste cenário.

O que muda com a crise?
Com o surgimento da pressão inflacionária mundial, causada especialmente pela alta nos preços das commodities e dos alimentos, o Banco Central anunciou uma sustentada alta da taxa Selic (taxa básica de juros) – ação que já começou a colocar em prática. A renda fixa, portanto, ganha novo fôlego em 2008: no acumulado médio do ano, ela rende 7,5% (bruto, sem descontar a taxa de administração), ficando à frente dos Fundos DI (6,82), Multimercado (4,5%), da Poupança (4,4%) e da Bovespa (-15%).

Pois bem, surge um novo e importante participante desta já consagrada lista de investimentos: o CDB. Novo porque os bancos andaram deixando as emissões de títulos de lado até meados de 2007. Importante porque ele traz ganhos acumulados em 2008 da ordem de 7,3%, muito próximos dos da renda fixa, mas sem taxa de administração.

A lógica da renda fixa
Cabe uma breve definição do que são os investimentos em renda fixa e CDB. Renda fixa são os investimentos onde há pagamento de juros (sempre definidos no momento da contratação), seja a partir de um valor determinado (pré-fixado) ou de um valor corrigido por um índice (pós-fixado). Em ambos os casos, você conhece a fórmula da rentabilidade e a regra para o pagamento de juros.

Portanto, CDB é renda fixa. A diferença é que o CDB é um título emitido por instituições privadas, enquanto os papeis principais da renda fixa tradicional, os títulos públicos (conhecidos como Tesouro Direto), são emissões feitas pelo governo. Praticamente todos os bancos oferecem CDBs, como você já deve estar imaginando.

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A oferta de CDB cresce. Sua rentabilidade também. Por que?
Você já reparou que os brasileiros estão decididos e ávidos por consumir? Apesar dos problemas, a economia brasileira deu sinais de amadurecimento em 2007 e a expansão do crédito e das melhores condições comerciais colocou um batalhão de gente nas filas dos bancos à procura de dinheiro[bb] para financiar seus sonhos.

Assim, os bancos precisam captar dinheiro para ter o que emprestar. Eles decidem emitir títulos privados e se comprometem, no ato da venda, a pagar juros anuais ao investidor[bb] que compra seu papel. No passado, outros instrumentos financeiros eram mais populares que os CDBs, mas estas alternativas estão mais “caras” e complicadas nos dias de hoje.

Investindo em CDBs
Os bancos investiram pesado em propaganda e na criação de melhores planos de aplicação para os clientes interessados no CDB. Os brasileiros descobriram a alternativa e já investem pesado. Dados recentes do BC mostram que o saldo das aplicações em títulos privados dos bancos já cresceu mais de 35% este ano. O saldo ultrapassou, pela primeira vez, os R$ 400 bilhões.

Existem opções para pouco (até R$ 1000,00) e muito dinheiro (até alguns milhões). No entanto, independentemente da quantia, alguns pontos devem ser observados quando o CDB for oferecido e(ou) contratado:

  • Os prazos de vencimento e as datas de resgate variam de banco para banco. Procure analisá-las e veja se seu plano de investimento está de acordo com as datas e prazos estipulados pelo contrato;
  • As taxas também variam bastante, o que significa rentabilidade diferente de acordo com o banco escolhido. Bancos menores, e por consequência com maiores chances de calote, oferecem maior rentabilidade. No entanto, bancos maiores tendem a oferecer maiores facilidades (aporte menor, resgate automático etc);
  • O risco de um investimento em CDB está diretamente relacionado à saúde financeira da instituição que vende o título. Problemas financeiros podem significar falta de liquidez e de capital para honrar os compromissos com os clientes. Caso o banco quebre, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante até R$ 60 mil de volta. Se os clientes do banco com problemas tiverem quantia maior que esta aplicada em CDB, receberão os R$ 60 mil e nada mais.
  • A rentabilidade alvo do CDB deve perseguir o CDI ou a taxa Selic. Procure títulos que paguem, pelo menos, 95% do CDI. Conseguir 100% ou mais é desejável, mas nem sempre é fácil para aportes iniciais mais baixos. Insista com o gerente, já que os juros pagos são flexíveis e negociáveis.

Você que não tem nervos de aço para aguentar as baixas da bolsa de valores[bb] pode optar pelo CDB, desde que esteja ciente de suas características. Como sempre anunciamos, não há um melhor investimento, mas sim aquelas aplicações que mais combinam com o seu perfil e seus planos futuros. Certo?

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Crédito da foto para stock.xchng.

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