As chuvas recordes que assolam o Rio Grande do Sul em no final de abril e início de maio de 2024 têm causado impactos significativos em várias empresas, afetando mais de 850 mil pessoas e criando desafios logísticos em 345 das 496 cidades do estado.
A análise divulgada nesta terça-feira (7) de Aline Cardoso e Luane Fontes do Santander detalha os efeitos dessa catástrofe nos diferentes setores econômicos, enfatizando as consequências para as operações e a exposição das empresas na região.
Agrícola e Alimentos
No segmento agrícola, a 3Tentos (TTEN3) está entre as mais afetadas pelas chuvas, com perdas significativas na colheita de soja previstas. No setor alimentício, a BRF (BRFS3) surge como particularmente vulnerável devido à sua ampla produção avícola na região.
Saúde e Financeiro
As OncoClínicas (ONCO3), com cerca de 7% de suas unidades no Rio Grande do Sul, são apontadas como as mais expostas no segmento de saúde. No financeiro, o Banrisul (BRSR6) e o IRB (IRBR3), com forte presença regional, também enfrenta grandes desafios ligados ao seguro rural.
Indústrias
Empresas de Siderurgia & Mineração e Papel & Celulose como Gerdau (GGBR4) e CMPC (CMPC) podem ter suas operações temporariamente paralisadas, embora sem grandes impactos financeiros a longo prazo.
No setor de óleo e gás, a exposição da Ultrapar (UGPA3) – 8% dos volumes da Ipiranga – e da Braskem (BRKM5) – 20% da capacidade – ao mercado gaúcho é significativa, o que aumenta a preocupação com o impacto das chuvas.
Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4) e Fras-Le (FRAS3) paralisaram as operações por alguns dias, mas estão voltando aos poucos.
Imobiliário e Varejo
No ramo imobiliário, a Iguatemi (IGTI11) tem grande exposição ao estado nos shoppings, enquanto a Tenda (TEND3) se destaca entre as construtoras. O varejo também sofre com as chuvas, com empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3) reportando que 13% de suas vendas anuais vêm de unidades no estado, marcando a maior exposição do setor.
Transporte e Serviços Públicos
O transporte rodoviário foi duramente afetado, com a CCR (CCRO3) enfrentando interrupções e alterações de itinerários, enquanto danos ferroviários podem desencadear um reequilíbrio contratual no caso da Rumo (RAIL3).
No setor de serviços públicos, tanto a Equatorial (EQTL3), com 4% do valor de mercado exposto, quanto a CPFL (CPFE3), com 37% do valor de mercado exposto, trabalham para restaurar a infraestrutura energética.
Telecomunicações
Na área de telecomunicações, a Unifique (FIQE3) revela que cerca de 15% de seus clientes no Rio Grande do Sul estão atualmente sem acesso à internet, com 23 mil usuários afetados.
Aviação
Com as operações no aeroporto de Porto Alegre Salgado Filho suspensas até o dia 30 de maio por conta das chuvas, as companhias aéreas Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e Latam (LTM; LTMAY), têm anunciado cancelamentos de voos em toda a região.