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Comissão do Senado aprova indicações de Picchetti e Teixeira para diretoria do BC

As indicações seguem agora para apreciação do plenário do Senado, onde será feita a votação final para que as nomeações sejam autorizadas

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Adriano Machado)

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira as indicações do professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Paulo Picchetti e do servidor de carreira Rodrigo Alves Teixeira para a diretoria do Banco Central.

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Picchetti, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, foi aprovado por 20 votos favoráveis, 1 contra e uma abstenção, enquanto Teixeira, nomeado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, foi aprovado por 22 a 1.

As indicações seguem agora para apreciação do plenário do Senado, onde será feita a votação final para que as nomeações sejam autorizadas.

A expectativa é que essa votação ocorra dentro de cerca de duas semanas, uma vez que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e vários outros parlamentares estão fora do país para participar da COP-28, realizada nos Emirados Árabes.

Durante sabatina realizada pela CAE, Picchetti afirmou que a adoção de uma política fiscal expansionista em momentos de crescimento econômico gera pressão inflacionária e leva o Banco Central aumentar os juros.

“Você não pode usar a política fiscal para estimular a economia em todos os momentos, o ideal é que ela seja usada em momentos de recessão, de retração econômica”, disse, em meio a questionamentos sobre a capacidade do governo de zerar o déficit primário em 2024, o que levou o Palácio do Planalto a cogitar uma flexibilização da meta para permitir mais gastos.

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O economista afirmou que o BC precisa acompanhar a evolução do cenário das contas públicas para implementar sua política monetária, ressaltando que o arcabouço fiscal aprovado neste ano tem grande mérito de apontar trajetória de sustentabilidade da dívida do governo.

(Imagem: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli)
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli)

Teixeira, por sua vez, afirmou que mudanças na política macroeconômica, especialmente na política monetária, precisam ser feitas com serenidade e transparência, sem solavancos.

Para ele, o diálogo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é uma demonstração de que toda a sociedade pode ganhar com a coordenação entre as políticas fiscal e monetária.

Os Indicados

Com as nomeações, Lula, que assumiu a Presidência com fortes críticas à atuação do BC, passará a ter quatro indicados entre os nove componentes do colegiado, em meio a um ambiente externo considerado adverso, que tem gerado incertezas sobre os passos futuros da política monetária.

Após deixar os juros parados por quase um ano, o Banco Central adotou três cortes de 0,5 ponto percentual na Selic, que chegou ao atual patamar de 12,25% ao ano. O BC ainda prevê reduções equivalentes nos próximos meses.

Próximo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Picchetti é doutor em economia pela Universidade de Illinois (Estados Unidos) e atua como professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP).

Ele tem estudos publicados no site do Banco Central que tratam de expectativas de inflação e modelos para medir a evolução de preços.

Teixeira é doutor em economia pela USP e servidor do Banco Central há 21 anos. Atualmente, é cedido para a Casa Civil da Presidência, com participação em conselhos da Apex Brasil e da Empresa Gestora de Ativos (Emgea).

Ele ocupou cargos na prefeitura de São Paulo entre 2013 e 2015, quando Haddad era prefeito da cidade.

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