Presa na manhã desta quarta-feira, 4, a advogada, empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos, costuma compartilhar sua rotina e a aquisição de bens de luxo com os seguidores nas redes sociais.
Ela teve a prisão preventiva decretada no âmbito de uma operação policial contra lavagem de dinheiro e práticas de jogos ilegais em Recife, Pernambuco.
Segundo relato de sua irmã, Dayanne Bezerra, nas redes sociais, foram apreendidos valores em dinheiro e relógios de Deolane.
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“Doutora Deolane” ganhou fama nacional durante seu relacionamento com MC Kevin, que morreu em 2021, após cair do quinto andar de um prédio. Ela teve um sucesso meteórico nas redes sociais e hoje tem mais de 20 milhões de seguidores no Instagram.
De onde vem o patrimônio de Deolane?
Segundo apurado pela IstoÉ Gente, o patrimônio de Deolane Bezerra é estimado entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões, com um faturamento mensal de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões.
Sua fortuna seria composta por empresas, imóveis, carros de luxo, joias, investimentos financeiros, campanhas publicitárias e parcerias como influenciadora digital no Instagram.
Em um print de conversa entre ela e a irmã, Dayanne Bezerra, vazado em 2022, havia a informação de que a advogada cobraria R$ 150 mil para ficar duas horas em um evento, por exemplo.
Em julho de 2021, ela contou no podcast Podpah que comprou seu primeiro escritório de advocacia dois anos após ser aprovada na OAB. Ela também disse que, há cerca de quatro anos, vinha conseguindo conquistar bens desejados.
“Eu vivo tudo que eu sempre quis. Viajo, troco de carro. Não tem nada que eu peça para o papai do céu que ele fale: ‘Não, filha, não é agora'”, falou.
Em maio de 2022, em entrevista ao Splash, a advogada disse que todo o seu patrimônio vem da advocacia e de publicidades nas redes sociais.
“O advogado criminalista sofre inúmeros preconceitos. Ele não defende o bandido ou a pessoa, defende a lei. Nós defendemos a lei”, afirmou.
Ela também confirmou que costuma defender clientes que podem arcar com pagamentos maiores: “Advogo para pessoas e não para uma facção. Um advogado criminalista em São Paulo não tem como afirmar que nunca advogou para um membro do PCC, a não ser que você advogue para clientes baixos. Eu prefiro os grandes, que me pagam bem. Não tem como ser hipócrita”, ressaltou.
Fazem parte do patrimônio da advogada alguns carros de luxo, como um Porsche 911 Carrera Cabriolet, uma Land Rover DISC D300 HSE e uma picape RAM 2500 Laramie; e uma mansão em Alphaville, na Grande SP, com valor estimado em R$ 8,7 milhões.
De acordo com Metrópoles, ela seria proprietária de 12 mansões, a mais recente tendo sido adquirida em Orlando, nos Estados Unidos, com um valor estimado em R$ 5 milhões.
Empreendimentos
A influenciadora também tem uma trajetória como empresária. Em julho deste ano, ela, que já era garota-propaganda de alguns sites de apostas online, passou a investir no ramo das apostas digitais com a abertura da Zeroumbet Plataforma Digital LTDA, com sede em São Paulo. O capital social da nova BET foi avaliado em R$ 30 milhões, segundo o Extra.
Deolane também é dona de uma marca de cosméticos, a Deo Beauty, focada em fragrâncias e hidratantes.
‘Exquece que a mãe ta enjaulada’
A advogada criminalista, influenciadora e empresária Deolane Bezerra publicou no início da tarde desta quarta-feira, 4, uma carta aberta sobre a sua prisão preventiva, decretada nesta manhã. Ela está sendo investigada por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa de jogos de azar ilegais e lavagem de dinheiro. “Estou sofrendo uma grande injustiça”, afirma.
“É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei ‘crimes’”, diz Deolane na carta, escrita em próprio punho. A influenciadora ainda brinca: “jajá tô aqui de novo. Exquece (bordão utilizado por ela) que a mãe ta enjaulada”.
Além de Deolane, sua mãe, Solange Alves Bezerra, também foi presa nesta quarta-feira. Bens da influenciadora foram apreendidos na casa dela, em São Paulo. Deolane estava de férias com a família em Pernambuco, Estado em que nasceu, quando foi presa.
Na carta, a advogada demonstra preocupação com a mãe. “Confesso para vocês que estou destruída ao ver minha mãe passar por tamanha humilhação.” Mais cedo, sua irmã, Dayanne Bezerra, também afirmou que a família estaria sendo perseguida.
Por meio das redes sociais, o escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane, se manifestou sobre a investigação e disse que todas as questões legais estão sendo tratadas com a seriedade e transparência que o caso requer.
“Informamos que o Drª Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, diz a nota.
Entenda
Deolane Bezerra, de 36 anos, foi presa na manhã desta quarta-feira, 4, em operação da Polícia Civil de Pernambuco denominada “Integration”, que mira desarticular uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Também foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra a mãe dela, Solange Alves Bezerra.
Conforme a Polícia Civil pernambucana, a operação exerce 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Os mandados estão sendo cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO).
Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana. Medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo também foram adotadas.
A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil em dezembro de 2022 e já está na terceira fase.
É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos esta última, ocorre agora e é a que causou a prisão de Deolane.
A operação é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) Ao menos 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da ação.
(Com Estadão Conteúdo)