O número de freelancers cresce em ritmo acelerado. Não é por menos, segundo um novo estudo, cada vez mais pessoas pretendem deixar a formalidade dos vínculos empregatícios de fábricas e escritórios.
A flexibilidade e a liberdade para trabalhar de onde e quando quiserem é um dos principais fatores que incentivam o trabalho de forma autônoma.
Cerca de 75% dos freelancers que ainda mantem algum tipo de emprego “tradicional” têm planos de pedir demissão e trabalhar por conta própria no futuro. Em 61% dos casos, os profissionais pretendem por a ideia em prática nos próximos dois anos.
A pesquisa, feita pela Genesis Research e encomendada pela empresa de trabalho online oDesk e pela consultoria Milennial Branding, contatou 3.193 profissionais freelancers ao redor do mundo, sendo quase dois mil jovens entre 19 e 30 anos.
O levantamento aponta que 92% dizem ter vontade de trabalhar de onde quiserem, 87% preferem fazer o próprio horário e 69% indicam que o trabalho como freelancer os permite escolher os projetos que mais gostam.
Trabalhar enquanto viaja é outra vantagem identificada pelos entrevistados, visto que 63% preferem poder atuar enquanto estão longe da cidade de origem, contra 37% que dão preferência por tirar um período de férias corridas.
A busca pela independência profissional também pode ser um reflexo de como esses profissionais se enxergam, de acordo com a pesquisa. Quase 60% dos participantes se enxergam como empreendedores e apenas 10% acredita que para se tornar empreendedor é preciso abrir um negócio.
Organizando suas finanças como freelancer
Controlar o orçamento pode ser uma tarefa difícil para muita gente que não tem instruções sobre finanças pessoais.
O problema pode ser ainda maior quando o profissional leva dinheiro para casa diversas vezes no mês (ou na semana), afinal, a tentação de gastar o valor recebido em pequenas compras ou serviços pouco importantes é grande.
Esse cenário não é exclusivo de freelancers, também podemos citar taxistas, diaristas e consultores de vendas. A dificuldade de programar despesas e poupar economias faz com que muitos criem dívidas em cima de dívidas.
Regina Brito atua no segmento de vendas diretas há 23 anos e com sua vasta experiência conquistou uma grande carteira de clientes, que faz com que ela saia de casa todos os dias para vender e receber pelos produtos já entregues.
Ao voltar pra casa no fim do dia, Regina contou ao iG que registra todos os pagamentos recebidos.
“Calculo o que preciso pagar e separo logo o dinheiro para cobrir minhas despesas, a começar pela fatura dos produtos que compro para revender. Só depois que já guardei a quantia necessária para pagar minhas contas é que penso em fazer alguma despesa extra”, afirma.
A disciplina e a saída encontrada pela revendedora é a mais indicada para quem recebe por dia e deseja evitar problemas financeiros. Segundo Samy Dana, professor de finanças da escola de economia da FGV-SP, a “boa e velha” planilha ajuda no controle financeiro e na organização de seus negócios.
“Como essas pessoas sofrem a grande variabilidade no fluxo de seus rendimentos, o ideal é anotar toda a movimentação diária. Somente deste modo, será possível estabelecer uma estratégia para o negócio”, aponta.
Regina ainda tem consciência das incertezas de se trabalhar de forma autônoma. “Não é sempre que o cliente nos paga em dia. Por isso, não recomendo que a pessoa gaste por conta do dinheiro que ainda vai entrar. Não há garantias”, diz. Regina também aconselha a criação de uma reserva para emergências, como doenças.
Dana também argumenta sobre a necessidade de aumentar o controle financeiro e identificar claramente as despesas. Na elaboração da planilha financeira, por exemplo, o profissional deve relatar os gastos fixos – como gasolina, mão de obra, matéria prima – e deixar uma margem para imprevistos.
“Mesmo assim, é preciso estar atento com as despesas extras e observar sua frequência, já que podem caracterizar gastos fixos e não uma novidade”, argumenta o especialista.
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O controle do orçamento é um assunto importante para quem está iniciando seus estudos em finanças pessoais e educação financeira. Por isso, sugerimos a leitura de mais alguns artigos que podem ajudar neste processo:
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Fontes: Valor | iG. Foto de freedigitalphotos.net.