A possível compra da Desktop (DESK3) pela Vivo (VIVT3) “esfriou”, avalia o Banco Safra em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (1).
“Nossa percepção é que o assunto esfriou, possivelmente devido a um descompasso de avaliação entre as partes”, explicam os analistas Silvio Dória e Carolina Carneiro.
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A percepção sobre o tema foi captada durante a “J. Safra Brazil Conference” realizada no final de setembro, com a presença dos diretores de relações com investidores do setor, incluindo a Vivo.
A negociação entre a Telefônica Brasil e a operadora de banda larga foi confirmada no final de maio, com ambas analisando uma “potencial operação”.
“A companhia reitera que inexiste, até o momento, a definição de quaisquer termos ou condições de quaisquer potenciais operações com quaisquer contrapartes”, disse a Desktop em comunicado ao mercado à época.
Vivo: outros temas
Segundo o Safra, as principais perguntas feitas nas reuniões foram sobre a migração para o regime de autorização. O processo agora está nas mãos do Tribunal de Contas da União (TCU), e a empresa espera sua aprovação final no quarto trimestre de 2024.
“A migração, em troca de investimentos, poderia eliminar uma taxa semestral sobre as receitas de concessão (2%) e custos relacionados à reposição de cobre furtado, manutenção de telefones públicos e melhor aproveitamento de alguns ativos imobiliários em São Paulo. No entanto, os valores ainda são difíceis de estimar”, pontam Dória e Carneiro.
Os investidores também perguntaram se o desempenho de adições líquidas da empresa no segmento pós-pago poderia estar relacionado a uma migração de antigos clientes da Oi (OIBR3), o que a empresa negou, atribuindo-a ao melhor desempenho de portabilidade, ofertas superiores e à tendência crescente de adoção antecipada de dispositivos móveis.
A recomendação para as ações da Vivo é neutra, com preço-alvo de R$ 57,50.