A aproximação da Zamp (ZAMP3), dona do Burger King no Brasil, de uma compra das operações da Subway pode se tornar um fardo para empresa, que recentemente já adquiriu o Starbucks por aqui.
Em um relatório divulgado nesta sexta-feira (28), o Bradesco BBI destacou que, apesar das possíveis sinergias entre os negócios, é preciso avaliar este movimento com cautela.
“À primeira vista, apesar de enxergarmos sinergias entre os negócios, vemos como negativo esse novo movimento potencial”, explicam. A principal preocupação é que este pode se tornar um entrave às operações da Zamp no curto prazo.
Uma das razões para essa cautela é o poder de marca da Subway, que, na opinião dos analistas Felipe Cassimiro e Flávia Meireles, não é tão forte quanto o da Starbucks.
A força da marca é crucial para a recuperação das vendas, e a Subway pode não oferecer o mesmo nível de reconhecimento e atratividade que a Starbucks, “o que poderia limitar a recuperação das vendas”, afirmam os analistas.
Crescimento inorgânico
Além disso, a aquisição da Subway representaria um novo movimento estratégico para a Zamp, já envolvida na expansão da Starbucks. Essa nova direção pode exigir ajustes significativos na gestão e operação da empresa. “Por enquanto, mantemos nosso tom de cautela”, concluem Cassimiro e Meireles.
A notícia das negociações, levantada pelo O Globo, explica que a Zamp parece ser a provável candidata a fechar o negócio, embora outras empresas, como Vinci Partners, GA Capital e Giraffas, também estejam na disputa.
A operação da Subway no Brasil tem sido administrada pela Subway US, após a operadora anterior, SouthRock, entrar em recuperação judicial. Essa situação criou uma oportunidade para novos players assumirem a marca no país.
Desde agosto de 2023, a Mubadala, que aumentou sua participação na Zamp, passou a deter o controle da empresa no início de 2024.
Na semana passada, o novo acionista controlador nomeou Paulo Camargo como novo CEO para implementar um novo direcionamento estratégico. “É provável que a Mubadala venha a acelerar uma rota de crescimento inorgânico, iniciada com a Starbucks Brasil”, afirmam os analistas Felipe Cassimiro e Flávia Meireles.