O governo do Estado de São Paulo afirmou nesta quarta-feira que a consulta pública sobre a privatização da Sabesp (SBSP3), maior empresa de saneamento básico do Brasil, recebeu 976 contribuições, segundo comunicado à imprensa.
O comunicado foi divulgado um dia depois que o projeto que permite a desestatização da companhia foi apresentado na Câmara Municipal de São Paulo pela prefeitura, uma etapa importante do processo de privatização já que a capital paulista representa 45% das receitas da Sabesp, segundo analistas do Itaú BBA.
O banco elevou o preço-alvo das ações da empresa de R$ 83,60 para R$ 120,3 e reforçou a sua recomendação de compra.
Uma questão chave para a futura valorização da Sabesp será a sua governança e a capacidade de atrair investidores estratégicos. O banco expressa preocupações sobre a performance recente da empresa e as dúvidas dos investidores sobre a capacidade do Estado em atrair tal investidor.
Segundo o governo estadual, “as contribuições serão consolidadas e analisadas. As sugestões que trouxerem melhorias relevantes para que a desestatização alcance seus objetivos serão integradas à minuta final dos documentos”. O governo não deu exemplos, no comunicado, das sugestões que poderão ser incorporadas.
Mais investimentos
O novo contrato da Sabesp, discutido na Consulta Pública, inclui um cronograma de investimentos para todo o período da concessão, sujeito à revisão a cada cinco anos.
No total, estima-se um valor de investimento de R$ 260 bilhões, até 2060, com R$ 68 bilhões destinados à universalização do saneamento básico, em São Paulo, até 2029. Este plano estabelece as condições para garantir que 99% da população tenha acesso à água potável e 90% tenha acesso à coleta e tratamento de esgoto, conforme estabelecido pelo Novo Marco do Saneamento.
Redução da tarifa
Segundo critérios previamente estipulados, a tarifa será reduzida, de imediato e a longo prazo, com foco na população mais carente, de forma a sempre estar abaixo do valor que seria praticado pela companhia sob controle estatal.
A redução será bancada por meio de recursos do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo (Fausp), com direcionamento de 30% do valor de venda da Sabesp, além dos dividendos da gestão paulista. Já a oferta pública da Sabesp, de acordo com o cronograma, está prevista para meados de 2024.
(Com Reuters)