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Dinheirama Entrevista: Sandra Blanco, Consultora de Investimentos da Órama

por Conrado Navarro
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Dinheirama Entrevista: Sandra Blanco, Consultora de Investimentos da ÓramaDesde que a taxa Selic começou a cair (e com ela a rentabilidade dos principais produtos conservadores), muitos leitores ficaram preocupados e nos lançaram questões relacionadas às suas escolhas de investimento. A poupança ainda vale a pena? Como escolher fundos de investimento interessantes para o meu perfil e de qualidade?

Estreitamos muito nosso relacionamento com os principais participantes deste mercado em busca de respostas. Depois de um excelente podcast com a Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, pedimos que ela respondesse às principais dúvidas de nossos leitores em relação aos passos diante deste cenário.

Sandra tem mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro e orienta investidores como consultora de valores mobiliários autorizada pela CVM desde 2004. É autora dos livros “Mulher Inteligente Valoriza o Dinheiro” (Ed. Qualitymark) e “A Bolsa para Mulheres” (Ed. Campus).

Veja como foi nosso papo:

Sandra, quando o governo mexeu no cálculo da caderneta de poupança, boa parte dos analistas acreditou que seria uma movimentação que faria com que os brasileiros imediatamente começassem a buscar outras oportunidades e novos produtos para investir. Ao contrário disso, a captação na caderneta tem crescido nestes últimos meses. Como você enxerga esse movimento? Você acredita que, mais cedo ou mais tarde, o brasileiro se virá realmente obrigado a abandonar a caderneta de poupança?

Sandra Blanco: Na minha opinião, ele já deveria tê-la abandonado há muito tempo. Nos últimos 10 anos (2001-2011), a poupança rendeu 121%, contra 294% do CDI. Seria possível conseguir pelo menos o dobro em outras aplicações também conservadoras. Segundo estatísticas do Banco Central, no primeiro semestre deste ano 74% (ou 75,5 milhões) dos investidores em caderneta de poupança possuíam saldo abaixo de R$ 1 mil.

Ou seja, são investidores que realmente não encontram no mercado opções de investimento – e, por isso, a caderneta continuará servindo de instrumento para eles. Os demais, que já deveriam estar aplicando melhor o seu dinheiro, talvez ainda estejam acomodados demais para fazer a migração. A caderneta de poupança faz parte da cultura do brasileiro, mas isso já deveria ter mudado, afinal, são mais de 15 anos que sua rentabilidade deixa a desejar.

Sempre recebemos mensagens de leitores querendo saber como deve ser feita a correta diversificação de seu patrimônio. Quanto colocar em renda fixa, renda variável e por ai vai? Há alguma regra? Como encarar esse desafio?

S. B.: Não há uma fórmula. Até existem algumas “regras de bolso”, todavia, a diversificação mais adequada vai depender do perfil do investidor, dos recursos disponíveis, dos objetivos, das experiências e das preferências individuais. Dependem também das perspectivas da economia.

Vejo muitos investidores aposentados que continuam investindo grande parcela dos seus recursos em ações. Assim como há muitos jovens que não querem de jeito algum correr risco com o dinheiro que conquistaram.

Para começar, separar o que é reserva para as emergências e mantê-la em aplicações conservadoras, na renda fixa – um valor ideal seria entre 2-3 vezes as despesas mensais. O dinheiro que já tem destino certo e que vai ser utilizado dentro de um ano também deve estar em uma aplicação conservadora.

Em renda variável, sugiro aplicar pelo menos 10% para incrementar o retorno total da carteira de investimentos, porém, pode-se aplicar mais, principalmente os recursos destinados aos objetivos de longo prazo, como a educação dos filhos ou a aposentadoria.

Um ponto importante na diversificação do patrimônio é a revisão periódica dos investimentos, ao menos uma vez por ano. Na vida há fases, as prioridades se alteram, o cenário macroeconômico muda. É preciso ajustar as posições, aumentando ou diminuindo as reservas, realizando lucros ou aproveitando os períodos de baixa para comprar mais barato.

Para a renda variável, os fundos de investimento parecem despontar como uma alternativa interessante. O que nosso leitor deve levar em consideração na hora de escolher um fundo de investimento?

S. B.: O mercado mudou e ainda estamos vivendo uma crise global. Uma carteira típica de dez anos atrás, com ações da Petrobras, Vale, de empresas de siderurgia, bancos e de energia elétrica, não gera mais o mesmo retorno. Porém, os fundos de ações entregaram bons resultados investindo em ações de novos setores da economia, small caps ou ações de baixa liquidez.

Conseguem isso, pois possuem processo de seleção de empresas bem definido, tecnologia avançada e controles de risco. O leitor deve levar em conta todo o profissionalismo e experiência de uma equipe de gestão e de análise. Estes profissionais estão o tempo todo transformando informações e notícias em estratégias de investimento.

Para se ter uma ideia, nos últimos 36 meses, o Ibovespa ainda está em território negativo, porém alguns Fundos como o Bogari Value rendem 73%. Outros exemplos: o JGP Equity entregou 68% e o IP Participações, 66%. Todos esses Fundos o investidor encontra na Órama.

Recentemente, a Órama criou um canal direto em www.orama.com.br onde o investidor pode entrar em contato, esclarecer dúvidas e fazer sugestões – e nós até os encorajamos a fazer isso em nosso papo por telefone. Como é essa relação diária com o investidor? Você pode contar um pouco dessa experiência sobre o ponto de vista do amadurecimento do brasileiro no quesito investimento?

S. B.: Eu gosto de escutar o investidor. Só entendendo sua situação atual, suas necessidades, preferências e anseios é possível fazer sugestões. O brasileiro amadureceu e começa a pensar no futuro, na aposentadoria, o que vai deixar para os filhos etc., mas não amadureceu no sentindo de que ainda deseja ganhar muito sem correr risco e com liquidez diária.

Ainda recebo mensagens de pessoas querendo saber qual aplicação tem rendimento mensal de 4% a 6%. Imagine, isso não existe! Também recebo mensagens de investidores de caderneta questionando sobre novas opções de investimentos, dispostos a fazer uma experiência, porém ainda resistem em aceitar um fundo com resgate em 30 ou 60 dias.

Outro caso interessante são investidores em ações insatisfeitos com os resultados de suas carteiras nos últimos anos e buscando nos fundos de ações diversificação eficiente, gestão profissional, maiores retornos além de menos preocupação, delegando aos gestores a seleção das empresas e o dinamismo nas operações.

Pensando um pouco no futuro, é razoável afirmarmos que a probabilidade de manutenção no processo de redução dos juros no Brasil continuará nos próximos anos? Como vocês enxergam a inflação, item tão importante para quem pensa em investir?

S. B.: Conforme ata do Copom, este foi o último corte da Selic em 2012. Atingiu o nível histórico mais baixo. Neste patamar, a Selic deve ser mantida por alguns trimestres. Quanto à inflação, deve permanecer acima do centro da meta de 4,5% ao ano, com previsão em torno 5,5%.

Nossa indústria de fundos, que já ultrapassa R$ 2 trilhões em patrimônio e conta com mais de 500 escritórios de gestão (há 10 anos esse número era de 60), mostra-se como um desafio para o investidor, que não sabe como escolher. Você pode citar alguns parâmetros que vocês usam para escolher os fundos em que investem e oferecem aos clientes?

S. B.: Nosso processo de seleção é rigoroso. Avaliamos o produto e a equipe de gestão, fazemos visitas para verificar as instalações, sistemas e relatórios, confrontando-os com os nossos levantamentos. Os parâmetros principais são:

  • Rentabilidade: apresentar histórico (de pelo menos três anos) consistente com a filosofia de investimento, superior à média de mercado e com estatísticas favoráveis;
  • Estratégias e política de investimento: definem o risco do fundo. Assim, é muito importante conhecê-la profundamente;
  • Equipe de gestão e análise: deve ser robusta, focada, com profissionais com boa formação e experiência. Mudanças na equipe não são boas;
  • Capacidade do fundo, ativos sob gestão e distribuição do passivo: o tamanho que comporta a estratégia de sucesso, a credibilidade da empresa e a vulnerabilidade dos recursos;
  • Controles de risco: queremos conhecer muito bem quais os procedimentos adotados para evitar surpresas desagradáveis em cenários de estresse.

Toda essa due diligence que fazemos é para nos certificarmos de que estamos oferecendo os melhores Fundos do mercado para os nossos clientes.

Sandra, obrigado pela disponibilidade e parabéns por seu trabalho. Por favor deixe uma mensagem final aos leitores que desejam investir melhor e garantir rentabilidades mais interessantes daqui pra frente. Até a próxima.

S. B.: Obrigada pelo convite, mais uma vez. Para os leitores que desejam investir melhor e alcançar maiores rentabilidades, a mensagem principal é: experimente! É só na prática que realizamos o verdadeiro aprendizado. Separe uma parcela dos seus recursos para conhecer uma nova modalidade de investimento.

Na Órama você pode começar com apenas R$ 5 mil. Dentre os milhares de Fundos disponíveis no mercado, nós selecionamos os melhores. Fundos para os mais diferentes perfis e objetivos. Para ajudá-lo na escolha, você encontra ferramentas para a tomada de decisão, além de muita informação.

Convido-o a visitar o ÓRAMA Blog e assistir à TV ÓRAMA. Mande suas questões para mim através do “Fale com a Sandra!”, um canal direto disponível em www.orama.com.br. Até a próxima.

Foto: divulgação.

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