Uma área promissora na costa da Colômbia, onde a Petrobras (PETR3; PETR4) está perfurando este ano, pode justificar um grande projeto para fornecer gás natural ao país andino e para exportação, disse o diretor de Exploração e Produção da empresa brasileira nesta quarta-feira.
Como a produção de petróleo na prolífica região do pré-sal do Brasil deverá atingir um platô nos próximos anos, a Petrobras está expandindo seus horizontes para novas fronteiras, incluindo a Margem Equatorial, a Colômbia e a África.
No bloco Tayrona da Colômbia, a Petrobras e a estatal colombiana Ecopetrol perfurarão dois poços este ano após uma descoberta de gás no poço Uchuva-1 em 2022.
Análises futuras determinarão o tipo de projeto necessário, disse Joelson Mendes, diretor da Petrobras.
“Pode haver mais gás do que a Colômbia precisa”, disse Mendes à Reuters, no intervalo da conferência de energia CERAWeek, em Houston.
O governo da Colômbia pediu à Petrobras que acelerasse o projeto, acrescentou.
Ele espera que a avaliação dos poços esteja pronta até o início de 2025 e que o projeto seja então submetido à apreciação do conselho da Petrobras.
Se a decisão final de investimento for positiva, o primeiro gás poderá chegar antes da meta inicialmente estabelecida para 2029, disse Mendes.
A Petrobras aguardará os resultados da avaliação dos poços para planejar o tamanho do projeto e a comercialização do gás, incluindo a possibilidade de estabelecer instalações de gás natural liquefeito (GNL), disse o executivo.
O déficit de gás no país andino está crescendo, levando a mais compras de GNL e, possivelmente, a importações da Venezuela, se um gasoduto parado for consertado.
Esse projeto de 40 milhões de dólares precisará de autorização do Departamento do Tesouro dos EUA, disse o CEO da Ecopetrol, Ricardo Roa, esta semana.
Mendes disse que, apesar do sucesso da exploração fora do Brasil, a empresa continuará a se concentrar na tentativa de encontrar novas fronteiras para o petróleo e o gás em sua bacia, incluindo a Margem Equatorial, sensível do ponto de vista ambiental.
“De acordo com alguns cenários, nossa produção atingirá o pico nos próximos 10 anos. Precisamos de novas descobertas”, disse ele. “Algumas pessoas acham que o pré-sal vai durar para sempre. Não vai.”
A Petrobras também continua buscando oportunidades de exploração na Guiana e no Suriname, disse Mendes.