O dólar (USDBRL) à vista fechou a quarta-feira em alta no Brasil, novamente entrando na faixa dos 5,15 reais, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, após a ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve reduzir as apostas de cortes de juros nos EUA.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1558 reais na venda, em alta de 0,77%. Em maio, no entanto, a divisa acumula baixa de 0,71%.
Às 17h22, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,55%, a 5,1550 reais na venda.
A moeda norte-americana oscilou em alta no Brasil durante toda a sessão.
Pela manhã, o viés positivo já era dado pelo exterior em meio à expectativa antes da divulgação da ata do Fed, programada para a tarde, com investidores em busca de pistas sobre quando o corte de juros começará nos EUA.
Esta expectativa fez o dólar à vista saltar da mínima de 5,1232 reais (+0,13%), às 9h, para a cotação máxima de 5,1651 reais (+0,95%), às 11h43.
No início da tarde houve certa acomodação da moeda norte-americana, mas as cotações tiveram novo impulso às 15h, quando saiu a ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.
No documento, os membros do Fed repetiram mensagens divulgadas anteriormente, como a avaliação de que levará mais tempo que o esperado para haver confiança de que a inflação dos EUA está se movimentando para 2%.
Além disso, a ata informou que vários participantes mencionaram a disposição de apertar a política monetária caso a inflação piore.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries ganharam força no exterior, com o aumento das apostas de que o Fed cortará juros apenas uma vez este ano, e não duas vezes. Além disso, o dólar ganhou força ante as demais divisas no exterior e voltou a acelerar no Brasil.
“O mercado deu uma piorada após a ata do Fed, em que vários membros disseram que apoiam um possível aumento da taxa de juros, a depender dos dados de inflação no futuro”, afirmou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
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“Este diferencial de juros nos pega forte aqui, porque os investidores escolhem entre um mercado seguro, como o norte-americano, e o risco do mercado brasileiro”, acrescentou, ao avaliar os efeitos da política monetária dos EUA sobre as cotações do dólar no Brasil.
Apesar do impulso trazido pela ata do Fed, o dólar não renovou máximas ante o real. Ainda assim, encerrou na faixa dos 5,15 reais, algo que não ocorria desde o último dia 13.
No exterior, a moeda norte-americana seguia com ganhos ante a maior parte das divisas no fim da tarde, com destaque para o avanço de mais de 2% do dólar ante o peso chileno, antes da decisão de política monetária do Banco Central do Chile.
Às 17h21, o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,27%, a 104,920.