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Economia (e política) brasileira: a síndrome do bunker sitiado – Parte 3

por Plataforma Brasil
3 min leitura
Economia (e política) brasileira: a síndrome do bunker sitiado – Parte 3

Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.

Finclass Vitalício Quadrado

Caro leitor, com este texto encerro a trilogia “bunker sitiado” (clique aqui para a Parte 1 e aqui para a Parte 2). Alguém poderia me questionar: “Por que abordar a temática política em um canal de mídia tão mais afeto aos universos da economia, da gestão e do empreendedorismo?”.

A resposta é simples: a crise econômica que enfrentamos é de fundo essencialmente político e é na política que se encontra a chave das soluções para nos colocarmos no plumo outra vez (contudo, espero, de forma sustentável ao longo do tempo).

Nos textos anteriores (bunker sitiado 1 e 2), abordei sobre a entropia operacional do governo e de seu grupo político e agregados ideológicos, mas desta vez viro a alça de mira para a outra ponta natural no cenário das disputas partidárias, a saber: a oposição, que por sua vez também conta – ou ao menos deveria contar – com seus agregados ideológicos.

E quem se espanta com a utilização da expressão “bunker” para abordar a problemática da oposição no brasil, precisa compreender de que estes podem não estar acuados dentro do palácio do Planalto, mas encontram-se, da mesma forma, acuados em palácios de alguns governos estaduais importantes.

Isso sem contar as salas e gabinetes legislativos, onde aparentemente se interligam todos, sitiados talvez não pela megalomania, mas aparentemente pela mesma cegueira que incapacita a formulação de propostas alternativas – e dotadas de profundidade – aos nossos problemas.

Finclass Vitalício Quadrado

Neste contexto, opondo-se às investidas governamentais, os nossos oposicionistas se assemelham ao empreendedor que quer revolucionar o mundo, mas não consegue cumprir o seu trabalho integralmente.

O que faz a oposição? Acaba cuidando apenas do dia a dia e suas rotinas, sem criar novos produtos, sem calibrar o modelo de negócios, sem aprumar a leitura do mercado onde está inserido, ou seja, sem “sujar as botas” ou lutar.

Leitura recomendada: Liderança, política e economia: uma discussão sobre o verdadeiro papel do empresário

Para completar o cenário oposicionista, encontra-se grande parte daquilo que podemos chamar de “o grande e médio capital brasileiro”, que aqui podemos classificar, com mínimo risco de engano, como legítimos agregados ideológicos, em se tratando de um oposicionismo formado por forças de ideologia de cunho liberal.

Estes, com honrosas exceções, tragados para um universo de participação pública adjacente, cuidando de propagandear seus feitos socioambientais e aturdidos pela forte batida dos coturnos do politicamente correto, abandonaram as questões centrais vitais à sua própria prosperidade.

Aqui vale um exemplo muito simples: fossem as forças empresariais brasileiras capazes a se opor ao modelo intervencionista do governo e sua política desastrada, certamente não estaríamos vivenciando a inflação de dois dígitos da atualidade, e com ela a subtração do poder de compra em todas as classes sociais, mas que penaliza sobretudo os setores de menor renda.

A verdade é que uma oposição forte, propositiva e articulada, que não ofereça apenas o embarque em uma lancha a caminho de uma ilha onde não se sabe o que será edificado, protege a sociedade como um todo (de onde por sinal, vem o dinheiro em forma de tributos para bancar o fundo partidário).

Uma oposição assim fortaleceria a democracia com o horizonte óbvio da alternância do poder, forçando o governo de plantão a atuar de forma mais diligente e eficaz, e por fim preservaria a dinâmica econômica em uma normalidade. Resumindo, nem mesmo os adversários se beneficiam da falta de concorrência. Cadê nossa oposição?

Foto “Brazil business”, Shutterstock.

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