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Enriquecer não é crime e investir direito não é coisa de rico

por Ricardo Pereira
3 min leitura
Enriquecer não é crime e investir direito não é coisa de rico

Sempre que o assunto dinheiro entra em discussão, percebo que boa parte das pessoas muda a fisionomia!

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Mesmo com todos os avanços em torno do tema ao longo dos últimos anos ainda é nítido que a maioria das pessoas se sente desconfortável em tratar desse assunto, seja porque considera o tema complicado demais ou mesmo por ser um assunto espinhoso e sinônimo de problemas.

Olhando com cuidado essas reações e conversando em detalhes com alguns amigos mais próximos, percebi que ainda existe um fator agravante em torno das finanças: muita gente tem medo de ganhar dinheiro e ainda acredita que ao enriquecer trará para sua vida inúmeros problemas.

Aqui no Brasil, somos culturalmente “metralhados” durante a infância e juventude com conceitos que, de certa forma, podem explicar um bocado dessa sensação constante de que dinheiro é sinônimo de problemas.

Frases como: “Pobres vão paro o céu, ricos para o inverno”, “Gente rica sempre passa por cima dos outros”, dentre outras, são perigosas e formam conceitos que são difíceis de serem mudados. E elas estão erradas!

Leitura recomendada: Que tal mudar de hábitos para enriquecer? Sim, isto é possível!

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Medo de ficar rico

A questão cultural e religiosa em torno de dogmas criou o ambiente perfeito para que muita gente generalizasse e simplificasse o tema, tornando o desejo de melhorar de vida quase um crime.

Sobre comportamento e riqueza, gosto da visão do best-seller T. Harv Eker: “As pessoas ricas acreditam que se pode comer o bolo e ter o bolo. As pessoas que tem um pensamento de classe média creem que o bolo é doce demais, por isso só de deve comer um pedacinho. As pessoas de mentalidade pobre, por acreditarem que não merecem bolo, pedem uma rosquinha, se concentram no furo e se perguntam por que elas não têm nada”. O autor estará no Brasil em novembro, que tal conhecê-lo? Clique aqui para detalhes.

Desde que começamos o trabalho em torno da educação financeira, adotamos uma postura de trazer à tona uma discussão sadia em torno da riqueza, mostrando que o segredo do sucesso não é o dinheiro em si, pois ele é uma ferramenta, mas sim a forma como o administramos.

Transformando a educação financeira e a gestão consciente do dinheiro em um estilo de vida, acessível a todos (independentemente da renda), tenho convicção de que contribuímos (muito!) para criar melhores condições de vida para muitos brasileiros.

Leitura recomendada: Pense menos em quanto você ganha e mais em patrimônio (e a liberdade que ele proporciona)

A transformação do Brasil

O Brasil teve uma gigantesca transformação econômica nos últimos 20 anos: hoje temos um país melhor, mesmo que o sentimento de agravamento da crise não nos permita ter essa percepção mais clara.

Nossa economia é mais dinâmica, as pessoas podem ter acesso a diversos tipos de investimentos e muita gente conseguiu escrever seu nome na lista das pessoas de sucesso a partir do trabalho sério e honesto.

Quem viveu nos anos 80 e início da década de 90 certamente tinha muitas dúvidas quanto ao patamar que alcançamos hoje.

Mudanças tão necessárias

Ainda assim, existem inúmeros avanços a serem percorridos, a começar pelo entendimento das pessoas de que é dever pessoal gerir as finanças com inteligência para, assim, depender cada vez menos do governo.

Nosso país vive hoje uma crise de identidade única e o passo necessário para o crescimento passa pelo nosso entendimento de que é necessário abandonarmos o medo de enriquecer; para isso, precisamos entender que nos contentando apenas com projetos sociais jamais sairemos do lugar.

Um tema que muito me desperta a atenção é aposentadoria. Alguém ainda tem alguma dúvida de que o sistema em pouco tempo viverá um grande colapso? Mesmo assim, qualquer tentativa de mudança nas regras é bombardeada.

Temo que logo ali todos tenhamos que “pagar a conta” de um sistema fadado a quebrar. E “pagar a conta” tem um sentido duplo: arcar com a falta de reformas e também sofrer as consequências de não ter construído uma alternativa (investimentos próprios).

Cuidar da própria vida

Em geral, o ser humano se acostuma muito facilmente com o que vem de graça, e essa falsa sensação de que alguém (governo) está cuidando da gente é uma ameaça ao futuro de todos nós.

O perigo de viver no “coitadismo” revestido de paternalismo é que começamos a enxergar com naturalidade a ineficiência do sistema e deixamos de ter uma postura ativa para com a nossa própria vida; passamos apenas a reagir e reclamar quando já não existe muito a ser feito.

Olhe com cuidado ao seu redor e veja quantas possibilidades existem para alcançar uma vida mais rica. Veja alguns exemplos:

  • Voltar a estudar e melhorar sua qualificação;
  • Melhorar o desempenho no trabalho para buscar uma promoção;
  • Gastar melhor o dinheiro procurando promoções, valorizando o pagamento à vista e pedindo desconto;
  • Criar uma fonte de renda extra. Você pode usar seu tempo livre para dar aulas, fazer e vender doces e salgados e por aí vai;
  • Lidar com o crédito de forma mais inteligente;
  • Investir com qualidade, observando que existem excelentes investimentos que nem sempre serão indicados pelo gerente do banco.

Leitura recomendada: 4 Hábitos essenciais para gerar riqueza e atingir o sucesso desejado.

Conclusão

Pensar “fora da caixa” e observar a vida de fato como ela é precisa ser realidade para mais pessoas. Enriquecer não é um crime e lidar com consciência na hora de investir não é um fardo, mas sim uma necessidade em se tratando de Brasil e seus desafios econômicos e estruturais.

Tome para si as rédeas de sua vida! Comece criando hábitos que te façam crescer a partir de escolhas que certamente fugirão do senso comum (as expectativas dos outros só pioram suas finanças, repare). Olhar a vida de forma diferente pode ser um dos caminhos para um futuro mais rico. Obrigado e até a próxima!

Foto “Wealth”, Shutterstock.

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