O ex-presidente-executivo da Americanas (AMER3) Miguel Gutierrez foi preso nesta sexta-feira em Madri no âmbito de uma operação da Polícia Federal brasileira que apura a participação de ex-diretores da varejista em uma fraude bilionária, disseram à Reuters fontes da PF com conhecimento da operação.
De acordo com uma das fontes, a prisão foi feita pela polícia espanhola. Na quinta-feira, a PF não havia encontrado Gutierrez para cumprir o mandado de prisão, e ele passou a ser considerado foragido e teve seu nome incluído na lista de procurados da Interpol.
A Polícia Nacional da Espanha se recusou a confirmar ou negar os relatos de detenção de Gutierrez até o momento. Procurada, a defesa de Gutierrez, que tem nacionalidades brasileira e espanhola, não comentou de imediato a prisão contra seu cliente.
Uma fonte da PF que tem atuação direta no caso disse que agora vai se avaliar um pedido de extradição de Gutierrez ao Brasil.
Outra fonte da corporação ressalvou que extradi-lo poderá ser um desafio diante do fato da cidadania espanhola. Segundo a fonte, vai depender de uma análise da legislação da Espanha.
O mandado de prisão contra Gutierrez havia sido emitido pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro no âmbito da operação Disclosure, que apura a participação de ex-diretores da Americanas na fraude contábil de 25,3 bilhões de reais que levou a empresa à recuperação judicial.
As investigações apontaram que ex-executivos da Americanas venderam milhões de reais em ações antes da fraude ter sido descoberta, segundo uma das fontes da PF.
Gutierrez liderou a empresa por mais de duas décadas até dezembro de 2022.