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Fato versus ficção: a correlação entre os ETFs de Bitcoin e ouro

“Vemos as saídas de ETFs de ouro mais como especulativas do que estruturais ou causadas pelas entradas para Bitcoin”, mostra relatório

por Gustavo Kahil
Bitcoin ouro

O ciclo de notícias de março esteve focado na quantidade de capital fluindo para ETFs de bitcoin (BTCUSD), e parte dessa narrativa centrou-se na saída de capital de ETFs de ouro para fundos da criptomoeda.

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Apesar disso, segundo uma análise do Conselho Mundial do Ouro, os dados não apoiam este pensamento.

“As saídas de ETFs de ouro globais – e particularmente de fundos na União Europeia – começaram muito antes do lançamento dos ETFs do Bitcoin e não aceleraram após terem sido lançados”, aponta um relatório publicado nesta terça-feira (9).

E, nas últimas semanas, o crescimento do valor sob administração em produtos de Bitcoin e em ETFs de ouro dos EUA tem sido fortemente correlacionado.

Ativos sob administração dos ETFs de Bitcoin e ouro

Fontes: Bloomberg e Conselho Mundial do Ouro / Dados até 31 de março de 2024. Compreende 10 ETFs de Bitcoin.

O ouro à vista saltou 9,3% em março, o seu desempenho mensal mais forte desde julho de 2020, apesar do dólar forte e das elevadas taxas de juro reais dos EUA. Essa recuperação continuou, com o ouro atingindo máximos recordes sucessivos durante as últimas sete sessões, atingindo US$ 2.353,79 por onça na segunda-feira.

“Vemos as saídas de ETFs de ouro mais como especulativas do que estruturais ou causadas pelas entradas para Bitcoin”, explica o documento.

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Conforme o Conselho, há possibilidade de o mercado estar caminhando para um ponto de virada, com as evidências sugerindo     haver mais compradores potenciais do que vendedores.

“Consideramos também que as recentes entradas na América do Norte e um abrandamento nas saídas europeias sugerem um ponto de virada”, conclui.

Ouro Bancos Centrais
(Imagem: IA/ ChatGPT)

Bancos centrais

Os principais bancos centrais do mundo estão trocando o perfil das suas reservas oficiais de títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) por ouro, elevando os preços do metal para níveis recordes.

A China divulgou nesta semana que suas reservas de ouro aumentaram 5 toneladas em março — aumentando pelo 17º mês consecutivo. Durante os primeiros três meses de 2024, as suas participações aumentaram em 27 toneladas, para 2.262 toneladas.

O movimento faz parte de uma demanda global por BCs que já está em alta há dois anos e que parece continuar em 2024. A Turquia, a Índia, o Cazaquistão e alguns países da Europa Oriental têm comprado ouro este ano juntamente com a China.

“Os fundamentos que sustentam a atual recuperação incluem o crescente risco geopolítico, as compras constantes do banco central e a procura resiliente de joias, barras e moedas. Juntamente com a perspectiva de taxas de juro mais baixas no futuro, a sugestão é que os ETFs perderam a recuperação e estão agora sub afetados”, mostra um relatório de mercado produzido pelo Conselho Mundial de Ouro nesta semana.

Troca global

A corrida pelo ouro dos bancos centrais é sustentada pelos desequilíbrios da economia global, como o forte aumento das emissões de dívida. Segundo a Crescat Capital, o atual aumento nas emissões de dívida soberana não tem paralelo.

 “Mesmo durante a década de 1940, um período caracterizado por elevados níveis de dívida pública, existia um certo grau de estabilidade com o sistema monetário dos EUA ancorado no ouro. O ambiente atual apresenta um forte contraste. Apesar das pressões inflacionárias generalizadas na economia, testemunhamos o que pode ser descrito como o ambiente monetário e fiscal mais indisciplinado da história”, explicam Kevin C. Smith e Tavi Costa, em um relatório enviado a clientes no final de março.

“Os bancos centrais não têm outra alternativa senão assumir a responsabilidade por estes desafios, agindo como principais fornecedores de liquidez para resolver os seus próprios desequilíbrios de dívida soberana e de avaliação de ativos. Consequentemente, o papel do ouro como um ativo universal e neutro, com milênios de história como dinheiro, experimenta um ressurgimento em relação aos títulos do Tesouro dos EUA para acumulações globais de reservas do banco central”, pontuam.

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