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Fluxo de Caixa e o enigma da esfinge: decifra-me ou devoro-te

por Nathalia Arcuri
3 min leitura
Foto Shutterstock

O afamado Fluxo de Caixa está para alguns adultos assim como as equações de primeiro grau estão para a turminha do meu sobrinho de 10 anos: todo mundo sabe que tem solução, que alguém já resolveu, só não sabe por onde começar.

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Eu me enquadrava neste time nada seleto de brasileiros que já ouviram falar, mas nunca viram um fluxo de caixa de perto até que me vi diante de um enigma digno das epopeias gregas: “decifra-me ou devoro-te”, desafiou-me aquela planilha em branco.

Eu não tinha para onde correr. Ou me empenhava em fazer aquilo dar certo ou tudo o que planejava para os próximos anos corria o risco de sucumbir à minha displicência do presente. Foi assim que cheguei à conclusão de que as respostas não estavam nos números que preencheriam aquelas lacunas, mas sim no vazio do qual é feito o meu futuro.

Explico: um fluxo de caixa nada mais é do que a organização detalhada daquilo que temos, recebemos, gastamos, poupamos e aplicamos hoje, visando o acúmulo de capital para realizar sonhos amanhã.

Não leve a mal essa história de sonho, ok? Para mim, sonho (financeiramente falando) é tudo aquilo que desejamos ter no curto, médio e longo prazo. Algumas pessoas chamam isso de objetivos, metas… Eu ainda fico com o sonho, é mais lúdico.

Muito bem, se o Fluxo de Caixa é uma ferramenta para planejar o futuro e nos aproximar de nossos sonhos, nada melhor do que traçarmos essas metas. Então eis aqui o primeiro passo para decifrar o enigma: liste seus objetivos de curto, médio e longo prazo e descubra o preço a cada um deles.

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Segundo passo: defina um prazo possível para realizá-los e estude as opções disponíveis para alcançar os objetivos (à vista ou a prazo via crédito e que tipo de crédito).

Durante as minhas peregrinações jornalísticas Brasil afora, tive a oportunidade de conhecer centenas de pessoas com prioridades totalmente distintas, mas foram poucas aquelas que souberam dizer com clareza quais eram os seus objetivos de vida.

Então faça uma autoanálise hoje, ainda que você possa mudar de ideia no futuro, e responda às perguntas:

  • O que eu gostaria de ter hoje que ainda não tenho?
  • O que realmente me importa na vida?
  • Como quero estar daqui a vinte, trinta ou quarenta anos?
  • O que eu gostaria de fazer e ainda não tive oportunidade?

Isso pode doer, mas faz parte do processo e vai valer muito a pena, acredite!

Definidas as metas, vamos ao fluxo de caixa em si. Existem vários padrões de planilha, para quem gosta delas o Dinheirama já tratou do assunto anteriormente, por isso veja qual planilha se encaixa melhor às suas necessidades. Veja modelos de fluxo de caixa e planilhas.

Os simplistas diriam que fluxo de caixa “é pegar todos os ganhos, subtrair os gastos e ver quanto deu depois”. Má notícia para eles: Não é! O fluxo de caixa bem feito deve levar em consideração inclusive as metas de poupança e a alocação dos recursos. Vejamos um exemplo:

Sandro ganha R$ 5.000 por mês e gasta em média R$ 3.500. Analisando os preços dos sonhos de curto médio e longo prazo e impondo-lhes datas limites, ele chegou à conclusão de que terá que poupar e investir:

  • R$ 800,00 durante 6 meses para a festa da filha de um aninho (curto prazo);
  • R$ 350,00 durante 36 meses para viajar à Europa com a esposa (médio prazo);
  • R$ 300,00 durante 360 meses para comprar um novo apartamento que lhe renderá aluguel; (longo prazo);
  • R$ 750,00 durante 420 meses para reserva de aposentadoria (longo prazo).

Repare que ele pode decidir viajar agora e pagar as parcelas do pacote em 36 meses, se isso for possível, mas não poderá descartar este valor mensal do fluxo de caixa pelos próximos 36 meses.

Agora vejamos o cálculo baseado no exemplo do Sandro. Somando as despesas e os valores estimados de poupança para atingir as metas de curto, médio e longo prazo, ele terá um saldo negativo: – R$ 700,00.

Sandro terá que readequar seu fluxo de caixa ao novo planejamento, revendo os gastos mensais e enxugando despesas ou arranjando uma nova fonte de renda caso queira realizar os objetivos no prazo proposto.

Depois que estas etapas ficam claras, fica fácil dar a solução ao enigma da gulosa esfinge. Experimente fazer algo neste sentido em casa e verá como a ideia de planejamento financeiro e fluxo de caixa não é nada complicada.

Agora com licença que vou ali me fartar de xaradas enigmáticas no poupecomsara.blogspot.com.  Se quiser, mande a sua também e me acompanhe por lá. Até a próxima.

Foto: Finance concept, financial and stock market graphs. Shutterstock

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