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Ibovespa fecha em queda na contramão de Wall Street e Itaú sobe

"Se os mercados lá fora (EUA) estivessem fechados e se não tivesse o Itaú, seria um dia mais negativo"

por Reuters
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O Ibovespa (IBOV) encerrou em queda nesta segunda-feira, destoando do desempenho dos índices acionários nos Estados Unidos, em meio à deterioração do cenário fiscal doméstico, embora o avanço das ações do Itaú (ITUB4) tenha atenuado as perdas da sessão.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 0,44%, a 119.137,86 pontos. Na máxima do dia, chegou a 119.663,06 pontos. Na mínima, a 118.685,10 pontos. O volume financeiro somou 17,5 bilhões de reais.

Apesar de um pouco distante do pior momento da sessão, quando renovou mínima intradiária desde novembro de 2023, o Ibovespa deu continuidade à tendência de queda das últimas semanas, marcadas por ruídos fiscais no Brasil.

Nos Estados Unidos, os principais índices encerraram em alta, com investidores aguardando novos dados econômicos e comentários de dirigentes do banco central norte-americano, em busca de sinais sobre a trajetória de juros na maior economia do mundo. O S&P 500 subiu 0,77%.

“Se os mercados lá fora (EUA) estivessem fechados e se não tivesse o Itaú, seria um dia mais negativo”, afirmou o sócio e head de análise da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino.

“Estamos na contramão. A gente está falando de um Ibovespa caindo cerca de 10% no ano e lá fora em máxima histórica.”

No cenário doméstico, os agentes financeiros aguardam a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central esta semana, com o mercado apostando em uma manutenção da Selic em 10,50% ao ano.

Na visão do economista-chefe do BB Marcelo Rebelo, não há mais espaço para o Copom continuar o processo de corte de juros conforme projetado anteriormente.

“A reunião de junho será uma grande oportunidade, mas o risco para um deterioração adicional é alto”, afirmou Rebelo em relatório de análise econômica.

Diante da percepção de pausa do afrouxamento monetário, os olhares se voltarão para o placar de votação dentro do BC.

Também permanece no radar o debate no Congresso sobre as medidas para compensar a desoneração da folha de pagamentos, após devolução parcial da MP do PIS/Cofins, e no aguardo de novas declarações de autoridades sobre corte de gastos.

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com alta de 2,44%, após analistas do Morgan Stanley elevarem recomendação do banco para “overweight” em meio à expectativa de manutenção da Selic em patamar elevado por mais tempo.

A holding Itaúsa (ITSA4) subiu 0,42%. No setor, Bradesco (BBDC4) encerrou com acréscimo de 1,09% e Santander Brasil (SANB11) subiu 1,44%.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) subiram 0,37% e 0,05%, respectivamente, em dia de alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

O barril de Brent, referência para a companhia, terminou em alta de 1,97%. Mais cedo, a presidente-executiva da estatal, Magda Chambriard, discursou durante cerimônia no Palácio do Planalto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, afirmando que a empresa está alinhada às preocupações do governo federal em relação à preservação da Amazônia.

Vale (VALE3), de grande peso no índice, cedeu 0,4%, em meio à queda dos futuros do minério de ferro na China.

A mineradora disse nesta segunda-feira que houve um incêndio na véspera em uma das correias transportadoras da instalação de processamento Salobo 3, no Pará.

Segundo a companhia, o incêndio foi contido sem vítimas e sem impacto material. As causas do incidente estão sendo apuradas.

Casas Bahia (BHIA3) afundou 7,07% e Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 3,93%, com analistas do Santander considerando as empresas duas das três varejistas que mais sofreriam impacto negativo de uma manutenção da taxa básica Selic em 10,5% ao ano em 2024 e 2025, junto à rede de farmácias Pague Menos, que não pertence ao Ibovespa.

Embraer (EMBR3) subiu 0,94%, acumulando alta de quase 70% este ano. Analistas ainda veem espaço para ganhos do papel.

Zamp (ZAMP3), que não está no Ibovespa, recuou 5,92%, após a operadora de redes de fast food como Burger King e Popeyes no Brasil anunciar na sexta-feira a saída de seu presidente, Ariel Grunkraut, um dos sete sócios-fundadores que criaram a Zamp em 2011.

O executivo permanece no cargo apenas até 28 de junho.

Dasa (DASA3), também fora do índice, despencou 12,56%, no terceiro pregão consecutivo de queda, ainda com as atenções voltadas para a combinação de negócios com a Amil, criando a joint venture Ímpar.

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