O Ibovespa (IBOV) rondava os 118 mil pontos nesta quarta-feira, encontrando suporte principalmente em Petrobras (PETR4), mas o fôlego comprador na bolsa era minado por persistentes preocupações com o cenário fiscal brasileiro, além do viés negativo em Wall Street.
Às 11:28, o Ibovespa subia 0,07%, a 117.418,17 pontos. Na máxima, chegou a 117.970,71 pontos. O volume financeiro nesta sessão, véspera de feriado no Brasil, somava 4,6 bilhões de reais.
A equipe da corretora Commcor afirma que “é notório que existe um compreensível desconforto de investidores com a capacidade de o governo entregar as metas do novo marco fiscal, com destaque ao déficit zerado em 2024”, de acordo com relatório enviado a clientes mais cedo.
Isso, acrescenta, “penaliza — em segundo momento — a disposição do investidor se considerado o risco de novas manobras do governo federal no âmbito da arrecadação — sem esse aumento de receita o novo marco fiscal não se sustenta”.
A corrida para ampliar a arrecadação de impostos tem gerado incômodo em parte dos técnicos do Ministério da Fazenda, relataram à Reuters duas fontes da pasta, sob o argumento de que o plano inclui antecipação de medidas que ainda não estavam maduras.
Análise técnica
De acordo com analistas do Itaú BBA, “o Ibovespa começou a semana com a expectativa de superar a resistência em 118.900 pontos. Porém, o que vimos até o momento, foi um índice tímido negociando na região dos 117 mil pontos”, conforme relatório “Diário do Grafista”, enviado a clientes nesta quarta-feira.
Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta ressaltam que, olhando outros índices como o Small Caps e os dos setores de consumo, imobiliário e financeiro, entre outros, alguns testaram suportes e podem abrir espaço para mais quedas ao longo da semana.
No exterior, o norte-americano S&P 500 recuava 0,66%, tendo no radar dados mais fortes do setor de serviços nos Estados Unidos, enquanto agentes financeiros continuam especulando sobre os próximos passos do Federal Reserve, que se reúne neste mês para decidir sobre juros.
Destaques corporativos
– PETROBRAS (PETR4) avançava 0,96%, a 33,69 reais, renovando máximas históricas, mesmo com acréscimo modesto do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha elevação de 0,17%.
– VALE ON cedia 0,23%, a 68,94 reais, conforme os futuros do minério de ferro fecharam em alta modesta, na China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com variação positiva de 0,1%.
– ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) PN tinha decréscimo de 0,26%, a 26,92 reais, enquanto BRADESCO PN (BBDC4) cedia 0,34%, a 14,53reais, tendo no radar aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que estabelece limites para a taxas de juros cobrados no crédito rotativo dos cartões.
– HAPVIDA ON (HAPV3) valorizava-se 2,95%, a 4,54 reais, ampliando a recuperação em setembro, após queda de mais de 11% em agosto.
– YDUQS ON (YDUQ3) subia 3,12%, a 20,49 reais, e COGNA ON (COGN3) mostrava elevação de 2,45%, a 2,93 reais, em meio a ajustes após fortes perdas no começo da semana, quando Yduqs acumulou declínio de quase 6% e Cogna perdeu cerca de 5%.
– VAMOS (VAMO3) perdia 4,07%, a 11,08 reais, com as negociações da estreante do Ibovespa tendo como pano de fundo relatório do JPMorgan cortando a recomendação dos papéis da empresa de locação de caminhões para “neutra” e reduzindo o preço-alvo de 19,50 reais para 18 reais.
– CVC BRASIL (CVCB3) caía 4,12%, a 2,33 reais, devolvendo boa parte do ganho recente na esteira de expectativas favoráveis para a companhia após o pedido de recuperação judicial da plataforma de viagens 123 milhas, aprovado pela Justiça de Minas Gerais na semana passada.
– INFRACOMMERCE (IFCM3), que não está no Ibovespa, recuava 7,57%, a 1,71 real, após afirmar que pretende realizar uma oferta primária subsequente de 150 milhões de novas ações, algo em torno de 277,5 milhões de reais considerando o preço de fechamento dos papéis na véspera.
– MOBLY (MBLY3) perdia 12,93%, a 3,77 reais, mais do que devolvendo a alta da véspera, quando disparou 11% após notícia de que negociava fusão com a TokStok. No começo da noite, a Mobly afirmou que mantém conversas com a Tok&Stok, mas que não há qualquer acordo ou proposta vinculante. Também afirmou que sua controladora, a home24, não tem planos de realizar oferta pública de aquisição de ações (OPA) destinada aos acionistas da Mobly.