O Ibovespa (IBOV) fechou no azul nesta quarta-feira, ajudado pela disparada da BRF (BRFS3) após resultado acima das expectativas, em dia marcado por uma bateria de balanços corporativos e expectativa para a decisão de política monetária do Banco Central.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,21%, a 129.480,89 pontos, com a agenda fraca no exterior reforçando as atenções para o Brasil, inclusive a situação das enchentes no Rio Grande do Sul.
O volume financeiro no pregão somou 21 bilhões de reais.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncia ainda nesta quarta-feira decisão sobre a taxa básica de juros, com o mercado dividido entre um corte de 0,25 e 0,50 ponto percentual na Selic, atualmente em 10,75% ao ano.
“O Ibovespa esteve bem travado hoje, com mercado ajustando expectativa para Copom”, afirmou o analistas Régis Chinchila, da Terra Investimentos, citando também receio fiscal com toda a operação montada para ajudar o Rio Grande do Sul.
Uma nova batelada de balanços corporativos ainda está prevista para o final do dia, incluindo os números de Banco do Brasil, Arezzo, Braskem, Cogna, Copel e Lojas Renner.
Destaques
BRF (BRFS3) disparou 11,17%, após divulgar lucro líquido de 594 milhões de reais no primeiro trimestre, acima das expectativas de analistas.
A companhia disse que ainda está calculando as perdas relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul e afirmou que todas as unidades do Estado estão operando, mas ponderou que inundações impõem desafios logísticos.
Executivos da processadora de frango e suínos afirmaram que os preços da carne de frango nos mercados de exportação provavelmente continuarão melhorando.
Marfrig (MRFG3), principal acionista da BRF, saltou 11,18%.
Petrobras (PETR4) subiu 1,53%, beneficiada pela melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em alta de 0,51%.
Engie Brasil (EGIE3) avançou 4,48%, mesmo após a geradora e transmissora de energia divulgar lucro líquido ajustado de 793 milhões de reais no primeiro trimestre, o que representou uma queda de 10,1% em relação ao desempenho apurado em igual período de 2023.
O dado considera ajustes pela venda de uma participação da companhia na transportadora de gás TAG.
GPA (PCAR3) caiu 5,88%, em sessão de ajustes após o salto desde meados de abril.
A rede de varejo alimentar encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido das operações continuadas de 407 milhões de reais, acima da perda de 319 milhões de reais um ano antes, afetado pela adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS com o Estado de São Paulo e impairment após a venda da sede administrativa.
Telefônica Brasil (VIVT3) recuou 5,63%, após mostrar alta de 7,3% em seu lucro líquido do primeiro trimestre, para 896 milhões de reais, abaixo das previsões dos analistas.
A empresa, que opera sob a marca Vivo, disse que tem serviços afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul nos últimos dias, com 13% dos clientes de banda larga fixa da companhia sem conseguirem acesso à rede da empresa.
Em telefonia móvel, a empresa está sem serviço em cerca de 30 cidades do Estado.
Ambev (ABEV3) perdeu 3,41%, mesmo após lucro líquido de 3,8 bilhões de reais no primeiro trimestre, acima das estimativas de analistas, com a receita líquida encolhendo 1,2%.
A fabricante de bebidas disse na véspera que vai parar a produção de cerveja em Viamão, na grande Porto Alegre, para envasar água potável e doar à população do Rio Grande do Sul, com a distribuição prevista para começar nesta quarta-feira.
Vale (VALE3) cedeu 0,91%, em meio ao declínio dos preços futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 2,91%, a 866 iuanes (119,85 dólares) a tonelada.
Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em alta de 0,64%, enquanto Bradesco (BBDC4) terminou com acréscimo de 0,22%.
Banco do Brasil (BBAS3) valorizou-se 0,32%.