Pela primeira vez o uso de meios digitais para transações bancárias superou os canais tradicionais. Os dados de 2012 foram informados pela edição anual da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, divulgada em meados de abril.
Internet banking e mobile banking corresponderam a 42% das operações feitas pelos usuários, um ponto percentual acima da movimentação de agências, caixas eletrônicos (ATM, na sigla em inglês) e contact centers.
“Os dados apontam uma maior relevância do mundo virtual em relação ao mundo físico”, afirma Luis Antonio Rodrigues, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Federação Brasileira de Bancos. A força do mobile banking cresce a cada ano, ganhando cada vez mais espaço nas operações de clientes.
“O mobile banking continua crescendo exponencialmente, alavancado, principalmente, pelas transações sem movimentação financeira”, aponta Rodrigues.
A ascensão do mobile banking teve início ainda em 2008, quando a participação do total de transações pela ferramenta era quase zero (0,04%). Em 2012, o número chegou aos 2,3%. No período de um ano, entre 2011 e 2012, o crescimento foi de 333%.
“Em 2016 ou 2017, mobile banking e internet banking estarão no mesmo patamar”, prevê Gustavo Roxo, sócio da Booz & Company para a América do Sul, consultoria que produziu a pesquisa em conjunto com a FEBRABAN.
O número de contas com mobile banking no Brasil atingiu 6 milhões em 2012 e o de smartphones em uso, 52,5 milhões. A expansão do volume de transações bancárias se dá por algumas razões, entre as quais a alta disponibilidade dos serviços prestados pelas plataformas móveis e o comportamento do consumidor brasileiro.
A ampliação da rede de agências bancárias, entre 2008 a 2012, deixa ainda mais evidente a difusão dos canais digitais. Durante o período, a quantidade total de agências em funcionamento variou de 57,6 mil a 65 mil, com taxa média de crescimento anual ao redor de 2%.
“Podemos concluir que as agências se tornarão, no futuro, centros de relacionamento com os clientes, dedicadas a operações com maior grau de complexidade”, diz Rodrigues.
Torna-se inevitável, então, investimentos maciços e crescentes em tecnologia. Em 2012 os gastos dos bancos em recursos tecnológicos alcançaram o recorde de R$ 21,1 bilhões, entre despesas e investimentos. O montante é 9,5% maior ao gasto em 2011, quando o aumento foi de 8% (em relação a 2010).
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Fonte: FEBRABAN. Foto de freedigitalphotos.net.