Home Economia e Política Intervenção no câmbio deve ser para disfuncionalidades e BC não reage a reprecificação, diz Campos Neto

Intervenção no câmbio deve ser para disfuncionalidades e BC não reage a reprecificação, diz Campos Neto

Não reagimos ao fato de que as pessoas estão reprecificando nosso prêmio de risco

por Reuters
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(Imagem: Reprodução/Pedro França/Agência Senado)

O Brasil tem uma taxa de câmbio flutuante e por isso o Banco Central só deve intervir no dólar (USDBRL) em casos de disfuncionalidades, disse nesta quarta-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, acrescentando que a autoridade monetária não reage a reprecificações de prêmio de risco por parte dos mercados.

“Pensamos que o câmbio é flutuante, e isso é muito importante, é um absorvedor de choques que tem uma função muito relevante ao nos dizer onde a demanda por proteção está e o porquê”, disse Campos Neto em reunião com investidores em Washington, nos EUA.

“Não reagimos ao fato de que as pessoas estão reprecificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso, porque há muitos jeitos diferentes de se proteger com o prêmio de risco no Brasil. Se você suprime muito um deles, há vazamento para o outro”, acrescentou Campos Neto.

Como exemplo, ele afirmou que, se o BC interferisse muito intensamente no mercado de câmbio em meio a uma elevada demanda por proteção, poderia haver uma compensação no mercado de títulos, com “explosão” na ponta longa da curva de juros.

Seus comentários vieram em resposta a pergunta sobre a possibilidade de intervenção depois que o dólar disparou na véspera pelo quinto pregão consecutivo, atingindo um pico intradiário próximo de 5,29 reais, com alguns agentes financeiros afirmando que isso justificaria atuação do BC.

A autarquia se manteve à margem e não interveio na terça-feira.

Banco Central (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Sede do Banco Central, em Brasília (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Depois de na véspera ter fechado em 5,2686 reais na venda, marcando máxima desde 23 de março de 2023 e acumulando ganho de mais de 5% em cinco sessões, o dólar tinha nesta tarde queda de 0,53%, a 5,2404 reais na venda.

O recente salto do dólar tem sido atribuído por membros do mercado a pessimismo crescente sobre quando o Federal Reserve começará a cortar os juros, a tensões geopolíticas crescentes e ao aumento da incerteza fiscal doméstica após o relaxamento da meta de resultado primário para 2025 pelo governo.

Em meio ao salto do dólar e a uma série de incertezas globais e domésticas, Campos Neto disse nesta quarta-feira que “o importante para nós é como essas variáveis influenciam nossa estrutura e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural à qual devemos prestar atenção”.

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