As autoridades japonesas gastaram 9,79 trilhões de ienes (62,23 bilhões de dólares) para intervir no mercado de câmbio e dar suporte ao iene durante o mês passado, em ações que impediram a moeda japonesa de atingir novos patamares de baixa, mas que provavelmente não reverterão as quedas no longo prazo.
Dados do Ministério das Finanças divulgados nesta sexta-feira confirmaram as suspeitas de operadores e analistas de que Tóquio fez uma intervenção no mercado em duas rodadas maciças de venda de dólares, logo após o iene ter atingido a mínima de 34 anos de 160,245 por dólar em 29 de abril, e novamente na madrugada de 2 de maio em Tóquio.
“Isso foi maior do que o esperado, ressaltando a determinação do Japão de aliviar a dor da inflação importada”, disse Daisaku Ueno, estrategista-chefe de câmbio da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.
“As autoridades provavelmente continuarão gastando muito com a intervenção.”
Apesar dos bilhões de dólares gastos em reservas internacionais, o efeito não foi sustentado, e a atenção do mercado mudou para saber se e quando o Japão poderá intervir novamente, uma vez que o iene está perto do limite de 160, que é amplamente visto como o limite para intervenção das autoridades.
Às 10h53, o dólar tinha queda de 0,07% em relação ao iene, a 156,7.
O ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, emitiu um novo aviso de intervenção mais cedo, reiterando que as autoridades estão observando atentamente os mercados cambiais e estão prontas para tomar todas as medidas necessárias.
As autoridades não têm comentado sobre se entraram no mercado, mas têm alertado consistentemente que estão prontas para agir a qualquer momento para combater a volatilidade excessiva.
O conjunto de dados mensais desta sexta-feira mostra apenas o valor total gasto por Tóquio em intervenções cambiais durante o período.
Um detalhamento diário mais profundo da intervenção só será visto nos dados do segundo trimestre, que provavelmente serão divulgados em agosto.
Grande parte dos problemas do iene se deve à resiliência da economia dos Estados Unidos e ao consequente adiamento nos cortes de juros pelo Federal Reserve, enquanto o Banco do Japão deve demorar a elevar os juros neste ano.