Considerada a moeda internacional mais forte, o dólar desperta interesse e atenção por todo tipo de investidor. Para que você saiba tudo sobre como investir em dólar, preparamos esse Guia Completo.
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Neste texto, vamos aprender mais sobre tipos de investimento em dólar. Além disso, também vamos tratar sobre o que muita gente quer saber:
- Como investir em dólar?
- Quando e como comprar dólar?
- É possível investir através da bolsa de valores?
- E os fundos cambiais, valem a pena?
- Dólar em espécie faz sentido?
Como investir em dólar?
No geral, investir em dólar é diferente de possuir a moeda como forma de proteção (hedge, no jargão financeiro). Acima de tudo, investir pressupõe o interesse em apurar lucro com a operação. Enquanto a proteção faz reduzir a volatilidade da carteira de investimentos.
O comércio internacional é praticamente dominado pelo dólar como principal moeda. Dessa forma, parece algo natural. No entanto, foi em 1945 que as negociações internacionais passaram a usar o dólar. Anteriormente, era o petróleo que ocupava o espaço de principal ator neste sentido.
No momento em que, Estados Unidos e Arábia Saudita firmaram um acordo, o dólar ganhou status de moeda internacional. A demanda pelo “ouro negro” explodiu nas décadas seguintes. Por consequência, houve uma “inundação” de dólares no mundo.
Da mesma forma, a demanda por dólares também aumentou. Uma vez que ele servia para negociações internacionais. Assim, a moeda norte-americana passou a ficar ainda mais valorizada.
Apesar de existirem outras moedas igualmente fortes, o dólar ainda é a principal reserva de valor. Só para exemplificar, entre as moedas fortes do mundo estão o Euro e a Libra.
Investimento em dólar, vale a pena?
O dólar é um importante ativo. Por isso, considero que todo investidor deve ter uma parte pequena de seu patrimônio dolarizado.
Já que se trata de uma moeda forte, ela mantém sua forma mesmo em momentos de turbulência. Por consequência, diminui a volatilidade da carteira de investimentos.
Só para ilustrar, em 2020, vimos mais uma vez esta situação clássica ocorrer. Por causa da pandemia, os investidores estrangeiros retiraram seus dólares dos países emergentes, como o Brasil.
Uma vez que a oferta de dólares por aqui ficou menor, a cotação da moeda subiu. Em conclusão, quem tinha dólares como parte de suas aplicações amenizou o efeito da crise no bolso.
Portanto, investir em dólar é essencial para manter uma correta diversificação de ativos e gerenciar melhor o risco das aplicações. Além disso, há o fator de proteção. Já que o dólar cumprirá este importante papel mencionado em épocas de crise.
Por outro lado, há também quem procure dólar como investimento puro. Ou seja, como um ativo cujo objetivo é comprar barato para vender mais caro. Nesse sentido, o risco de mercado impera e o investidor deve construir sua estratégia com cuidado.
A variação do preço da cotação deve ser seu foco. Como em qualquer investimento de renda variável, investir em dólar não traz garantia de retorno. Além disso, a volatilidade pode assustar.
Como investir em dólar na bolsa?
Investidores mais experientes e com mais tempo disponível para dedicação ao mercado financeiro investem em dólar através de contratos futuros. Os contratos futuros de dólar podem ser negociados em dois tipos:
- Minicontratos.
- Contratos “cheios”.
Nestas operações, realizadas através de um agente de custódia (corretora), não há IOF. Você também pode ser sócio de empresas estrangeiras na bolsa, através de BDRs ou mesmo comprando ações fora do Brasil.
Dessa forma, você terá parte do patrimônio com exposição ao risco associado ao dólar. Em resumo, essa é uma maneira de “dolarizar” parte da carteira. Além disso, existem também muitas empresas exportadoras listadas na B3 e que possuem grande parte de sua receita em dólares.
Vantagens e desvantagens do investimento em dólar
Como ativo de proteção para longo prazo e reserva de valor, o dólar é uma excelente escolha. Porém, a compra deve acontecer da maneira certa. A principal vantagem de investir em dólar é a boa liquidez internacional e que ameniza a volatilidade da carteira.
Por outro lado, a desvantagem é justamente a possibilidade de oscilação, inclusive de maneira acentuada. Assim, o mais importante é entender que o patrimônio em dólar flutuará bastante. Mas será útil, justamente por isso, em momentos de crise.
Quando comprar dólar?
Com toda a certeza, todo mundo adoraria saber a hora certa de comprar dólar. Isto é impossível. Então nem tente adivinhar o melhor momento para pagar mais barato na cotação.
Por isso, o momento ideal para comprar dólar é sempre. Desde que seja de maneira constante e como parte de uma estratégia maior de investimento e proteção.
Sem dúvida, em momentos que antecedem uma crise é possível garantir uma compra interessante. Mas quem fica monitorando ou consegue prever isso?
Assim sendo, eu defendo que o dólar deve ser um ativo sempre presente na carteira. E que a melhor hora de comprar é sempre. Neste caso, acredito que o preço médio da moeda em carteira é a maneira certa para minimizar a ansiedade.
Ou seja, ao comprar com frequência um pouco de dólares, você se prepara e consegue um preço médio interessante. Por exemplo, se for viajar, pode comprar moeda até mesmo por semana ou por mês se for muito planejado.
Além disso, com a posição de dólares em carteira você também se protege e diversifica. Sugiro manter entre 5% e 10% do patrimônio líquido total em dólares.
Comprar dólar em espécie
Via de regra, investir em dólar em espécie não faz muito sentido. Se a ideia é ter um pouco de moeda para viagem, tudo bem.
A razão para a não sugestão da compra de muita moeda em espécie é principalmente por conta da segurança.
O risco de furto e degradação do papel moeda precisa ser levado em conta, bem como eventuais taxas cobradas na hora da compra.
Logo, dólar em espécie só mesmo se você for viajar.
Investir em fundos cambiais
Ter um gestor profissional para definir a estratégia de investimento em dólar permite que você fique mais tranquilo e toque seus afazeres.
No entanto, é importante conhecer bem os fundos, seus objetivos, regras e principalmente seus custos (taxa de administração e IOF).
A diversificação e a possibilidade de investir em dólar com o próprio dinheiro em Real são duas características bem interessantes.
Você vai ter conta em um banco ou corretora e aplicar em um fundo cambial através dele, tudo transferindo reais.
No entanto, a exposição desta parte do patrimônio será baseada no dólar. São reais se comportando (volatilidade) como dólares.
Ou seja, a flutuação do capital acontecerá de acordo com a oferta e demanda real de dólar no mercado.
No que diz respeito às taxas, vale lembrar que no geral a taxa de administração é baixa, mas pode ser que exista um prazo mínimo para resgate.
Tipos de cotação do dólar
Você sabe a diferença entre dólar comercial, turismo e paralelo? E dólar futuro? Aprenda mais sobre as diferentes cotações.
Dólar comercial
É a cotação oficial baseada nas transações realizadas entre instituições financeiras e grandes empresas.
Dólar turismo
Trata-se da cotação do dólar baseada nas transações que ocorrem entre instituições financeiras e pessoas físicas que compram moeda para viajar.
Em comparação com o dólar comercial, há uma diferença maior entre o preço de compra e venda (spread) por conta do menor volume de negociações.
Dólar paralelo
Há negociações de dólar fora do radar das autoridades e você deve ter muito cuidado com isso. Não negocie nem tampouco compre dólares assim.
Dólar futuro
Comentamos um pouco sobre os contratos futuros de dólar na bolsa de valores mais acima.
Dólar PTAX (dólar à vista)
O dólar PTAX, ou dólar à vista, é calculado a partir da média ponderada de negociação do dólar entre as próprias instituições financeiras.
Desta maneira, cria-se um indexador da variação cambial que servirá como referência para os futuros negociados em bolsa de valores.
Ou seja, o valor do dólar PTAX é uma maneira de efetivamente medir o rumo da moeda e seu histórico para o mercado financeiro.
Conclusão
Investir em dólar sempre será uma decisão inteligente, desde que de maneira constante, fracionada e compatível com o total do patrimônio.
Neste sentido, é importante pensar primeiro no dólar como proteção da carteira de investimentos.
Evite especular com a moeda estrangeira até que você já tenha reserva financeira suficiente e experiência de mercado.
Aproveite também maneiras mais simples de investir em dólar, como fundos cambiais e ações de boas empresas exportadoras (e da gringa).
Foto de Karolina Grabowska no Pexels
