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Marfrig dispara 10% e Minerva cai 16% após negociação mudar perfil das duas empresas

Para analistas do Itaú BBA, estrategicamente, o acordo melhora o posicionamento de ambas as empresas nos seus respectivos nichos

por Reuters
3 min leitura
Marfrig

As ações da Marfrig (MRFG3) disparavam mais de 10% na bolsa paulista nesta terça-feira, após acordo para vender por 7,5 bilhões de reais determinadas unidades de abate de bovinos e ovinos à Minerva (BEEF3), que via seus papéis despencarem cerca de 16%.

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O negócio, que contempla unidades de abate de bovinos e ovinos no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, inclui um sinal de 1,5 bilhão de reais recebidos na segunda-feira, enquanto o saldo de 6 bilhões do acordo será pago no fechamento da transação.

Por volta de 11h20, os papéis da Marfrig avançavam 10,4%, 7,43 a reais, melhor desempenho com folga do Ibovespa, que subia 0,88%, enquanto Minerva respondia pelo pior desempenho, com um tombo de 16,15%, a 9,14 reais.

Analistas da XP Investimentos avaliaram que a Minerva garantirá sua posição como principal exportadora da América do Sul com a operação, conforme relatório a clientes assinado por Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

O acordo amplia a capacidade de abate em cerca de 44%, para mais de 42 mil cabeças/dia. Com isso, a companhia disse que passa a ser o segundo maior produtor de carne bovina na região.

Mas a XP destacou que a operação prejudica os resultados da Minerva, com uma alavancagem de cerca de 2,7 vezes dívida líquida/Ebitda se considerado o guidance para 2024 de 1,5 bilhão de reais para as fábricas da Marfrig envolvidas no negócio, embora o Ebitda implícito de 2022 seja menor mesmo ajustando por maiores margens e volumes.

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 A unidade de abate de ovinos Patagonia, no Chile, também foi vendida (Imagem: Reprodução/ Site/ Marfrig)

Em relação à Marfrig, Alencar e Fonseca avaliaram que está caminhando na direção oposta, vendeu todas as fábricas com perfil de commodity e vai se tornar uma empresa com perfil mais próximo da BRF, companhia na qual é a principal acionista.

“Temos pouca visibilidade sobre o que será a nova Marfrig, mas esperamos que as ações da Marfrig reajam positivamente refletindo o alívio da alavancagem e considerando o ‘short interest’ do papel de 20%”, afirmaram.

A Marfrig afirmou que os seus complexos industriais da região com maiores escala e margens de lucro permanecem sob a gestão da companhia, que passa a ter uma receita consolidada anual de cerca de 130 bilhões de reais.

A empresa também ressaltou que continuará presente nos segmentos de bovinos e processados no Brasil, e com a fábrica de industrializados Pampeano, a maior exportadora brasileira de enlatados para Europa.

Para analistas do Itaú BBA, estrategicamente, o acordo melhora o posicionamento de ambas as empresas nos seus respectivos nichos, uma vez que as empresas listadas de proteínas estão seguindo caminhos diferentes.

Os analistas do Itaú BBA avaliam que acordo poderá desencadear um “re-rating” da Marfrig, em termos de redução de risco do balanço e melhoria do mix, enquanto, para a Minerva veem o negócio como uma aposta no risco da tendência positiva do ciclo pecuário brasileiro.

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