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Mercado vê fiscal ruim e juro salta em emissões do Tesouro

"Fatores domésticos, principalmente as incertezas fiscais, elevaram a rentabilidade das NTN-B emitidas pelo Tesouro", diz a MCM Consultores

por Gustavo Kahil
3 min leitura

O Tesouro Nacional, talvez observando o mercado desfavorável desde janeiro, tem realizado leilões menores de títulos da dívida para evitar o salto dos rendimentos exigidos pelos investidores insatisfeitos com as incertezas da área fiscal do governo Lula.

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A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou março em 75,7%, contra 75,5% no mês anterior. Já a dívida líquida foi a 61,1%, de 60,9%.

É o maior patamar em dois anos, quando a dívida bruta estava em 76,3%. Naquele mês, em abril de 2022, encerrava-se a pandemia do coronavírus no Brasil. A dívida chegou a um pico de 87,6% em dezembro de 2020.

“Mesmo com uma ligeira melhora em relação a fevereiro, a dívida segue sua dinâmica de alta e já se encontra em patamar pouco confortável”, ressalta Richard Rytenband, analista-chefe da Convex Research.

Fiscal: Despesas pagas pela União

Fonte: Tesouro Nacional

Leilões do Tesouro

Na terça-feira (7), o Tesouro optou por oferecer lotes pequenos de NTN-B, com os investidores adquirindo boa parte da oferta de 450 mil notas.

No entanto, apesar da queda nos juros dos títulos de 10 anos dos EUA (Treasuries), referência global, nas últimas duas semanas, o custo das emissões subiu.

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Leilão de NTN-B

Fonte: MCM Consultores

“Fatores domésticos, principalmente as incertezas fiscais, elevaram a rentabilidade das NTN-B”, analisa a MCM Consultores em um relatório publicado nesta quarta-feira (8).

Sinal de alerta

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou na última semana que o crescimento do gasto previdenciário merece cuidado e “eventualmente medidas que permitam que a dinâmica dessa despesa tenha um crescimento compatível com a sustentabilidade fiscal”.

Na ocasião, ele também tratou como “sinal de alerta” a elevação de gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira, a ministra da Planejamento, Simone Tebet, disse que já discute com sua equipe um cardápio de propostas que inclui a desvinculação de aposentadorias e benefícios sociais da política de ganhos reais do salário mínimo, avaliando também alternativa para o piso de despesas com Educação.

“Vamos ter que fazer isso pela convicção ou pela dor”, disse ao jornal, ao pontuar que a proposta é manter a correção dos benefícios pela inflação, um mandamento constitucional.

(Com Reuters)

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